Os distúrbios na Inglaterra, entre 6 e 10 de Agosto de 2011, que ocorreram após a polícia ter abatido Mark Duggan, alegado líder do Star Gang e traficante de droga (uma amiga da família contesta, dizendo que ele andava «envolvido em coisas», mas não era violento), numa tentativa de detenção no quadro da Operação Tridente (investigação de crimes com armas na comunidade negra), trouxe várias lições.
À manifestação pacífica de protesto no bairro de Tottenham seguiram-se motins, incêndios e pilhagens, noutros bairros de Londres que mais tarde alastraram a outras cidades inglesas. Os primeiros motins de membros da comunidade local negra foram engrossados por gangues, jovens e adolescentes, de todas as cores, tendo os distúrbios passado da reacção de grupos étnicos que se sentem marginalizados para a destruição e pilhagens da sub-cultura do crime e a degeneração daquilo que o primeiro-ministro Cameron chamou a «sick society» (sociedade doente). Entretanto, perante a passividade inicial da polícia, em inferioridade numérica, e as tácticas inúteis de kettling face a multidões e bandos móveis, foram as próprias comunidades locais, nomeadamente as oriundas sub-continente indiano, que se organizaram na protecção das lojas e casas.
O Governo britânico conseguiu debelar os tumultos, sem recurso a munições de borracha, canhões de água e granadas de choque, ao contrário do que a polícia e o exército fazem, na Irlanda do Norte (uma expressão dos double standards britânicos), nem a reclamada intervenção do exército. Para tal, a polícia usou tácticas menos duras, como: ameaça de emprego da força (o que levou muitos pais a reterem os adolescentes e jovens em casa e os próprios adolescentes e jovens a atemorizarem-se perante o fim da ausência da lei nas ruas), infiltração dos bandos, preferência pelo controlo dos grupos em vez de defesa de perímetros, detenção de cabecilhas, polícia de choque com cães para assustar pilhadores, publicação de fotografias e videos da destruição e pilhagens nos media e penas rápidas e pesadas. Apesar da desorientação inicial os tumultos foram contidos de modo muito mais eficaz do que os émeutes nos subúrbios franceses, em 2005, ou os riots em Los Angeles, em 1992.
Mas mais importante do que as tácticas policiais é compreender as causas e responder-lhes. Até porque a polícia não está preparada para as tácticas dos jovens e adolescentes delinquentes e revoltados: o arrastão brasileiro foi agora actualizado, nos tumultos ingleses, com hoodies e Blackberry, e nos EUA já evoluíram para roubos através de flash mobs, para os quais se pede o bloqueio temporárioe localizado da rede móvel - o mais próximo disso, em Portugal, são as pilhagens de algumas claques clubísticas em estações de serviço. Os tumultos com origem racial, que também tivemos no bairro da Bela Vista, de Setúbal, em Maio de 2009, e que podiam ter-se verificado de forma mais grave em Março de 2010 com a morte do rapper MC Snake, de Chelas. A próxima faísca pode fazer explodir o caldeirão e convém que a polícia se previna para conter o alastramento da violência.
As causas são várias e, como habitualmente, os diagnósticos são enviesados por perspectivas ideológicas. A esquerda pretende ver nos tumultos ingleses a culpa do Governo Cameron na austeridade da reforma do Governo Cameron nos programas sociais, de Fevereiro de 2011 - um só cheque por família (em vez de uma floresta de apoios - em Portugal, o rendimento social de inserção é acumulável com 15 outros apoios...), tecto anual de 30 mil euros por família nos apoios sociais (em Portugal, não há tecto...), incentivo ao trabalho com perda de apoios durante três anos para quem se recuse a trabalhar -, no corte do financiamento de clubes de jovens e nas reduções na polícia.
Outras causas dos distúrbios apresentadas do lado da esquerda são: depressão económica, desemprego, exclusão social, pobreza, tensão face à polícia, racial profiling, discriminação racial e emulação de consumo por partes dos pobres face aos ricos, para além do subjacente marxismo da luta de classes. Do lado da direita atira-se: parasitismo social, cultura de gangue, irresponsabilidade, ineficácia policial, multiculturalismo, comportamento da classe baixa e até emulação dos negros pelos brancos (uma espécie de doutrina Eminem aplicada à análise fleumática da delinquência...).
No meu entendimento, embora a questão étnica deva ser considerada no contexto da discriminação e principalmente da vitimização, de um racismo que tem dois sentidos, os tumultos são o resultado inevitável do Estado socialista, uma transmutação marxista nos anos 1990 do Estado social. Um Estado que dá tudo - alimentação, seguro de desemprego, ensino, saúde, habitação e inclusivé... dinheiro, não exige trabalho, nem comportamento social, e consente excepções de delinquência e de abuso. Como o Estado dá, uma parte dos que se viciaram nos subsídios e/ou são adolescentes ou jovens (mesmo de classes média e alta...) pretende agora o resto: smartphones, wide screens, roupas e adereços de marca, stereos, bebidas alcoólicas, etc.. A Entitled Generation habituou-se a exigir e a obter, e alguns, desorientados em valores que não receberam ou que entretanto subverteram, entendem que roubar é socialmente aceitável e quanto muito, se forem apanhados, objecto remoto de penas brandas pela sociedade adulta complacente.
O socialismo projectou a preguiça e agora a preguiça cobra-lhe o preço da desordem social. O mundo vai demorar muito tempo a recuperar do socialismo e o custo social será enorme. É melhor começar já a reforma do Estado para a remoção efectiva do socialismo.
Actualização: este poste foi emendado às 0:50 de 20-8-2011.
À manifestação pacífica de protesto no bairro de Tottenham seguiram-se motins, incêndios e pilhagens, noutros bairros de Londres que mais tarde alastraram a outras cidades inglesas. Os primeiros motins de membros da comunidade local negra foram engrossados por gangues, jovens e adolescentes, de todas as cores, tendo os distúrbios passado da reacção de grupos étnicos que se sentem marginalizados para a destruição e pilhagens da sub-cultura do crime e a degeneração daquilo que o primeiro-ministro Cameron chamou a «sick society» (sociedade doente). Entretanto, perante a passividade inicial da polícia, em inferioridade numérica, e as tácticas inúteis de kettling face a multidões e bandos móveis, foram as próprias comunidades locais, nomeadamente as oriundas sub-continente indiano, que se organizaram na protecção das lojas e casas.
O Governo britânico conseguiu debelar os tumultos, sem recurso a munições de borracha, canhões de água e granadas de choque, ao contrário do que a polícia e o exército fazem, na Irlanda do Norte (uma expressão dos double standards britânicos), nem a reclamada intervenção do exército. Para tal, a polícia usou tácticas menos duras, como: ameaça de emprego da força (o que levou muitos pais a reterem os adolescentes e jovens em casa e os próprios adolescentes e jovens a atemorizarem-se perante o fim da ausência da lei nas ruas), infiltração dos bandos, preferência pelo controlo dos grupos em vez de defesa de perímetros, detenção de cabecilhas, polícia de choque com cães para assustar pilhadores, publicação de fotografias e videos da destruição e pilhagens nos media e penas rápidas e pesadas. Apesar da desorientação inicial os tumultos foram contidos de modo muito mais eficaz do que os émeutes nos subúrbios franceses, em 2005, ou os riots em Los Angeles, em 1992.
Mas mais importante do que as tácticas policiais é compreender as causas e responder-lhes. Até porque a polícia não está preparada para as tácticas dos jovens e adolescentes delinquentes e revoltados: o arrastão brasileiro foi agora actualizado, nos tumultos ingleses, com hoodies e Blackberry, e nos EUA já evoluíram para roubos através de flash mobs, para os quais se pede o bloqueio temporárioe localizado da rede móvel - o mais próximo disso, em Portugal, são as pilhagens de algumas claques clubísticas em estações de serviço. Os tumultos com origem racial, que também tivemos no bairro da Bela Vista, de Setúbal, em Maio de 2009, e que podiam ter-se verificado de forma mais grave em Março de 2010 com a morte do rapper MC Snake, de Chelas. A próxima faísca pode fazer explodir o caldeirão e convém que a polícia se previna para conter o alastramento da violência.
As causas são várias e, como habitualmente, os diagnósticos são enviesados por perspectivas ideológicas. A esquerda pretende ver nos tumultos ingleses a culpa do Governo Cameron na austeridade da reforma do Governo Cameron nos programas sociais, de Fevereiro de 2011 - um só cheque por família (em vez de uma floresta de apoios - em Portugal, o rendimento social de inserção é acumulável com 15 outros apoios...), tecto anual de 30 mil euros por família nos apoios sociais (em Portugal, não há tecto...), incentivo ao trabalho com perda de apoios durante três anos para quem se recuse a trabalhar -, no corte do financiamento de clubes de jovens e nas reduções na polícia.
Outras causas dos distúrbios apresentadas do lado da esquerda são: depressão económica, desemprego, exclusão social, pobreza, tensão face à polícia, racial profiling, discriminação racial e emulação de consumo por partes dos pobres face aos ricos, para além do subjacente marxismo da luta de classes. Do lado da direita atira-se: parasitismo social, cultura de gangue, irresponsabilidade, ineficácia policial, multiculturalismo, comportamento da classe baixa e até emulação dos negros pelos brancos (uma espécie de doutrina Eminem aplicada à análise fleumática da delinquência...).
No meu entendimento, embora a questão étnica deva ser considerada no contexto da discriminação e principalmente da vitimização, de um racismo que tem dois sentidos, os tumultos são o resultado inevitável do Estado socialista, uma transmutação marxista nos anos 1990 do Estado social. Um Estado que dá tudo - alimentação, seguro de desemprego, ensino, saúde, habitação e inclusivé... dinheiro, não exige trabalho, nem comportamento social, e consente excepções de delinquência e de abuso. Como o Estado dá, uma parte dos que se viciaram nos subsídios e/ou são adolescentes ou jovens (mesmo de classes média e alta...) pretende agora o resto: smartphones, wide screens, roupas e adereços de marca, stereos, bebidas alcoólicas, etc.. A Entitled Generation habituou-se a exigir e a obter, e alguns, desorientados em valores que não receberam ou que entretanto subverteram, entendem que roubar é socialmente aceitável e quanto muito, se forem apanhados, objecto remoto de penas brandas pela sociedade adulta complacente.
O socialismo projectou a preguiça e agora a preguiça cobra-lhe o preço da desordem social. O mundo vai demorar muito tempo a recuperar do socialismo e o custo social será enorme. É melhor começar já a reforma do Estado para a remoção efectiva do socialismo.
Actualização: este poste foi emendado às 0:50 de 20-8-2011.
Socialismo, trabalhismo e social-democracia.
ResponderEliminarÉ tudo a mesma coisa.
Se querem democracia visitem www.caramelosapiens.blogspot.com
ResponderEliminarOs caramelos ensinam-vos!!!!
Parece que não.
ResponderEliminarO socialismo leva à miséria.
A social democracia pode apresentar melhores exemplos.
O comunisno nem se fala,tortura,morte,miséria,etc.
Embora quando se fala do partido socialista português,eu tenha dificuldade em perceber se há ali alguma ideologia ou se é apenas pessoal do gamanço,camuflado.
Em Portugal o gamanço e as trafulhices no BPN e noutros sítios, foi incomparavelmente mais nefando e criminoso do que aqueles riots em Londres.
ResponderEliminarA verdade é que os «responsáveis» andam por aí. Vão a casamentos, baptizados, jogam golf e aos domingos alguns até vão à missa.
E pelo aspecto duvido que sejam socialistas ou comunistas!
Resumir estes fenómenos apenas ao que parece é o mesmo que continuar a acreditar em doutrinas já mortas e enterradas.
ResponderEliminarFoi a economia e a finança que levaram a estas situações.
Começou com Tatcher,Reagan e Clinton que criou os Bancos de investimento, bem, digamos que começou muito antes... Mas temos que simplificar.
As cidades britânicas ligadas aos pólos industriais ingleses ficaram na miséria e ao contrário do que se pensa foi aí que começaram as políticas das sopas dos pobres e dos apoios sociais, no tempo do governo desta senhora.
É óbvio que resumir o estudo da história a ideologias que não existem, ou que não passam de repetições de utopias mortas, é um exercício de muito pouca utilidade e de muito pouca seriedade.
Trata-se de um exercício que não quer dar a entender que as coisas sempre foram orientadas pelo poder da finança e do capital, sem usar os conhecimentos e as utopias marxistas.
A liturgia dos regimes encarnados por dirigentes de cada vez menor qualidade, porque a autonomia dos líderes se foi esbatendo,e os estados desaparecendo, a liturgia é a mesma de uma missa negra.
Todos os dias a imprensa e os media, (detesto esta palavra), nos fazem vacilar no conhecimento e na análise dos fenómenos a que assistimos e logo pensamos que as coisas acontecem por acaso. Cameron fez o que muitos fazem, deixou andar, para ganhar alguma razão e esconder o problema verdadeiro que assola os USA e a UE.
O problema é que finança acabou com os estados, os tipos que especulam na bolsa, não são todos iguais, há sempre um grupo que foi sempre ganhador, estes são os descendentes dos que provocaram o crash de 1929 e as medidas que se lhe seguiram.
Muito barulho, muita miséria e muitos mortos e guerras depois, esses de que falo, são hoje os indivíduos que controlam os políticos a que chamamos de democratas e de democracias que as liturgias de missas negras de que já falei.
Acreditar que a democracia pode ser implantada em qualquer parte do mundo faz parte de uma utopia, hoje dos neocons, que são os mesmos, ou melhor, os que têm o mesmo ADN, dos que financiaram a Revolução de Outubro e continuaram a financiar Estaline, que permitiram que Fidel ganhasse na Baía dos Porcos com o apoio da CIA e de senadores com poder dado pelos tais tipos com o ADN de que falei, que permitiram até certo ponto que Hitler avançasse até onde lhe permitiram na frente Leste. Mas a história é uma coisa dos diabos não é?
Ora esquerda e direita é orientação, como Norte, Sul, Leste ou Oeste, nada mais, a esquerda e a direita não existe e as ideologias são os deuses, ou os demónios e as prostitutas das nossas mentes.
Toupeira
os norueguese começaram a pagar a factura
ResponderEliminarcom o histerismo do costume.
a seguir vem sempre o socialismo de hitler ou lenine
Observador (des)atento: Preconceituoso e delirante.
ResponderEliminarSempre a ladaínha socio/comuna do costume.
ResponderEliminarOs delinquentes e os negros que vivem na europa,vivem do crime porque não lhes dão mais dinheiro dos contribuintes para comprar plasmas.
Acontece que durante a segunda Grande Guerra,os portugueses na generalidade eram muito pobres.Não consta que os rurais,que mais sofriam as agruras da época,vivessem do crime.
É tudo uma vigarice.
Como explicam esses sociólogos de pacotilha que a classe política roube tanto? Faltar-lhe-à apoio social?
Talvez,porque um deputado do PS,há não muito tempo afirmou que o refeitório,vulgo restaurante de luxo,da AR ao fechar à noite levou a que os deputados já passassem dificuldades.
Onde chegará o descaramento destes narradores da "esquerda" caviar?
CARO AMIGO
ResponderEliminarMAS ISTO NÃO É SÓ ROUBAR PLASMAS PORQUE ROUBAR "GRAVADORES A JORNALISTAS" É O QUÊ...FURTO? DE COLARINHO BRANCO?
MAS COM ESTE EXEMPLO AGORA NÃO SEI SE ROUBAR UMA CASA DE ELECTRODOMESTICOS É CRIME.
UM ABRAÇO
Caros Amigos:
ResponderEliminarHá muito que digo o mesmo: o estado a que este país chegou deve-se a quem nos tem (des) governado desde 1974: PS, PSD e CDS...
Independentemente da crise mundial que atravessamos a verdade é que o noso País está muito pior devido não a essa crise mas ao desgoverno dos nossos supostos governos...
E isto só lá vai, responsabilizando criminalmente esses abutres que, como alguém já disse nesta caixa de comentários, passeiam-se impunemente por este país e por outros lados e alguns até vão à missa...
Para isso deverá ser criada uma comissão isenta que faça uma auditoria séria às pilhagens a que este país foi sujeito...
E isto não é utópico... basta querer e ter los cojones no sítio.