A economia, para um povo que vive à sombra do Estado - e que agora é profundamente socialista, como noutras épocas, pelo mesmo motivo, foi corporativista - interessa a apenas, um número que, por conveniência, podemos avaliar em um por cento da população: os empresários - e estes já tinham decidido que não votariam Sócrates.
Os outros 99% do eleitorado estão naquilo que chamamos, na Psicologia do Consumidor, a dissonância cognitiva. Sobre a sua preferência eleitoral por Sócrates e o carácter do primeiro-ministro e a sua culpa na situação de Portugal: uma grande parte deles decidiram votar em Sócrates porque acham que lhes protege melhor os salários e as pensões e sabem, factual e intimamente, qual o carácter de Sócrates e da sua responsabilidade principal na ruína do Estado e do País. Como resolvem a dissonância cognitiva? Como habitualmente numa situação dessas, defendendo a acção (votar em Sócrates) e reapreciando as convicções. Persuadem-se, por motivo de tranquilidade emocional, de que essa sua convicção sobre o carácter e a responsabilidade do primeiro-ministro estava afinal errada: alegam, então, perante si próprios e os outros, que não está provado que Sócrates tenha praticado actos de corrupção e de utilização do Estado para seu benefício (a impressão de ele ser mentiroso não lhes interessa e até acham que a capacidade de enganar a União Europeia, o FMI e quem quer que nos dê ou empreste dinheiro, é admirável...) e que são todos assim; e que não é Sócrates o responsável pela crise, mas a crise internacional, o Presidente e Passos Coelho com o chumbo do PEC. Para além disso, existe um lastro de esquerda (isto é, inveja) de quase quatro décadas de exposição à carga da mensagem marxista, leninista, trotskista e do chamado socialismo democrático (marxista, marxista, marxista) dos enviesados e dependentes media nacionais sobre o público português, que afoga qualquer mensagem de desenvolvimento pessoal, empresarial e económico, ou até o sentimento de autonomia face ao Estado.
Como pode o PSD responder a esta dissonância cognitiva? Demonstrando que protege melhor os salários e as pensões do que o PS - o discurso já-chega-de-sacrifícios que levou o PSD de Passos a quase vinte por cento de vantagem absoluta nas sondagens sobre o PS de Sócrates. Todavia, Passos, e a sua envolvente estratégica e operacional, optaram pela mensagem liberal, deslocada do que o eleitorado quer. Assim sendo, neste contexto e perante esta opção política, faltando, no entanto, confirmar se as sondagens da Eurosondagem e da Aximage confirmam a tendência de subida do PS que se verifica na última Intercampus (de 13-5-2011) - que a da Marktest ( de 12-5-2011) contrariou -, a tendência de supremacia do PS face ao PSD afirma-se.
As transferências de votos que se podem perceber sustentar essa supremacia tendencial do PS são as seguintes:
No Marketing, entende-se que o custo de educação dos clientes é muito caro e demorado. Persuadir, como a direcção do PSD pretende, os eleitores abrigados à sombra maternal do Estado, de que o problema prioritário do País é a substituição do Estado Social(ista) por um Estado equilibrado - uma mensagem que colide com a aflitiva iminência de redução de salários e pensões e de aumento de impostos sobre o rendimento e sobre o consumo -, tem um custo eleitoral e um longo prazo de execução do proselitismo ideológico do liberalismo, com previsíveis resultados mínimos no contexto que descrevi.
A desmontagem do Estado Social(ista) pode ser feita no Governo, mas, nesta conjuntura, não se consegue em campanha eleitoral. Do ponto de vista eleitoral, prioritário é proteger empregos, salários e pensões. A opção estratégica pela cruzada ideológica do liberalismo e a referida pela opção táctica eleitoral pelo sado-masoquismo - que ainda não foi corrigida definitivamente e que provocou efeitos dificilmente reversíveis sobre o eleitorado flutuante dos funcionários públicos e pensionistas - podem comprometer a vitória do PSD no sufrágio de 5 de Junho de 2011.
* Imagem picada daqui.
Os outros 99% do eleitorado estão naquilo que chamamos, na Psicologia do Consumidor, a dissonância cognitiva. Sobre a sua preferência eleitoral por Sócrates e o carácter do primeiro-ministro e a sua culpa na situação de Portugal: uma grande parte deles decidiram votar em Sócrates porque acham que lhes protege melhor os salários e as pensões e sabem, factual e intimamente, qual o carácter de Sócrates e da sua responsabilidade principal na ruína do Estado e do País. Como resolvem a dissonância cognitiva? Como habitualmente numa situação dessas, defendendo a acção (votar em Sócrates) e reapreciando as convicções. Persuadem-se, por motivo de tranquilidade emocional, de que essa sua convicção sobre o carácter e a responsabilidade do primeiro-ministro estava afinal errada: alegam, então, perante si próprios e os outros, que não está provado que Sócrates tenha praticado actos de corrupção e de utilização do Estado para seu benefício (a impressão de ele ser mentiroso não lhes interessa e até acham que a capacidade de enganar a União Europeia, o FMI e quem quer que nos dê ou empreste dinheiro, é admirável...) e que são todos assim; e que não é Sócrates o responsável pela crise, mas a crise internacional, o Presidente e Passos Coelho com o chumbo do PEC. Para além disso, existe um lastro de esquerda (isto é, inveja) de quase quatro décadas de exposição à carga da mensagem marxista, leninista, trotskista e do chamado socialismo democrático (marxista, marxista, marxista) dos enviesados e dependentes media nacionais sobre o público português, que afoga qualquer mensagem de desenvolvimento pessoal, empresarial e económico, ou até o sentimento de autonomia face ao Estado.
Como pode o PSD responder a esta dissonância cognitiva? Demonstrando que protege melhor os salários e as pensões do que o PS - o discurso já-chega-de-sacrifícios que levou o PSD de Passos a quase vinte por cento de vantagem absoluta nas sondagens sobre o PS de Sócrates. Todavia, Passos, e a sua envolvente estratégica e operacional, optaram pela mensagem liberal, deslocada do que o eleitorado quer. Assim sendo, neste contexto e perante esta opção política, faltando, no entanto, confirmar se as sondagens da Eurosondagem e da Aximage confirmam a tendência de subida do PS que se verifica na última Intercampus (de 13-5-2011) - que a da Marktest ( de 12-5-2011) contrariou -, a tendência de supremacia do PS face ao PSD afirma-se.
As transferências de votos que se podem perceber sustentar essa supremacia tendencial do PS são as seguintes:
- Retorno, num valor que é próximo de 10%, dos filhos pródigos do Partido Socialista, que votaram Bloco de Esquerda em Setembro de 2009, desiludidos do socratismo capitalista do primeiro Governo assustados com a possibilidade do poder passar para a direita,
- Transferência de reformados e funcionários públicos pré-reformados e não só e de algum voto conservador em termos de política de costumes, do PSD para o CDS-PP, uns e outros agradados com a evidente mudança ideológica de Portas do liberalismo para o conservadorismo e a sua protecção das pensões;
- Retorno, após a expectativa da fugaz política do PSD de não-mais-sacrifícios de uma parte significativa do eleitorado centrista flutuante ao Partido Socialista, após evidência daquilo que chamo a táctica eleitoral de sado-masoquismo do PSD (austeridade mais dura e preferência pelo sector privado).
No Marketing, entende-se que o custo de educação dos clientes é muito caro e demorado. Persuadir, como a direcção do PSD pretende, os eleitores abrigados à sombra maternal do Estado, de que o problema prioritário do País é a substituição do Estado Social(ista) por um Estado equilibrado - uma mensagem que colide com a aflitiva iminência de redução de salários e pensões e de aumento de impostos sobre o rendimento e sobre o consumo -, tem um custo eleitoral e um longo prazo de execução do proselitismo ideológico do liberalismo, com previsíveis resultados mínimos no contexto que descrevi.
A desmontagem do Estado Social(ista) pode ser feita no Governo, mas, nesta conjuntura, não se consegue em campanha eleitoral. Do ponto de vista eleitoral, prioritário é proteger empregos, salários e pensões. A opção estratégica pela cruzada ideológica do liberalismo e a referida pela opção táctica eleitoral pelo sado-masoquismo - que ainda não foi corrigida definitivamente e que provocou efeitos dificilmente reversíveis sobre o eleitorado flutuante dos funcionários públicos e pensionistas - podem comprometer a vitória do PSD no sufrágio de 5 de Junho de 2011.
* Imagem picada daqui.
"...noutras épocas, pelo mesmo motivo, foi corporativista.... "
ResponderEliminarMas noutras épocas havia um império ..é ...e ele precisava ser administrado..e ter uma administração alargada nessa época fazia sentido..
Agora ..só tem o varandim do apartamento ..mas a administração toda continua ...
Em Lisboa todo o mundo é administrador publico ..só que agora só administram o varandim..e uns aos outros ..
Enquanto não caírem na real ....e parece que não querem cair mesmoooo...é sempre a descer ..
E podia ser lindo ..
êta povo burrinho..
E esta do Strauss kahn ? estes socialistas têm umas tendências sexuais meio prepotente ..ou é só uma tendência ?
ResponderEliminarPois ..Strauss khan não é..para além de presidente do FMI ..o candidato socialista à presidência Francesa no próximo ano ?
Strauss Khan é uma da maiores figuras politicas SOCIALISTA Francesa.
Que raio ..ele é Paulo Pedroso ..Ferro... sampaio( cadê aquela carta que o envolvia ?, não era ele o coleguinha que ia ver touradas a badajoz com o carlos cruz ???..badajoz ..elvas ..cruz ..carlos ..cartas ..comunicações ao pais por causa de carta ...
)..gama..kahn ..que turma ...
Cadê os valores desta turma socialista ? são os valores da putaria ..!
Isto para não falar do falso ..êta que esse aí só pega é do turco mesmo!!
Este é um artigo de leitura obrigatória neste período pré-eleitoral. A minha opção não me conduz a qualquer dissonância cognitiva porque prefiro a verdade acima de tudo. Além disso, quem acredita na tal protecção social do PS já devia ter percebido que quando os pobres imitam os ricos o resultado é a bancarrota.
ResponderEliminarEsta história faz lembrar aquela outra, dos rapazitos ali da Ajuda, que deveriam agradecer aos seus "mandantes", uma vez que lhes pagavam os pastéis de nata.
ResponderEliminarPortugal está de joelhos. Portugal estará à beira do fim, se não muda de caminho. Portugal vai morrer, por culpa única e exclusiva dos próprios.
O Império acabou. O socialismo está para durar. Aliás, entre o corporativismo Salazarento e o Socialismo do Soares há apenas uma ténue diferença, a liberdadezinha de expressão.
O caminho está definido. Apenas e só, com o Zé Vígaro, o abismo vai ser mais rápido. Com o Passos + Portas, o abismo aparecerá um pouco mais tarde. É a única diferença.
Neste momento, já existe o novo Salazar, que voltará a impor pela força, a disciplina e os valores que faltam. Não há dúvida.
Para aqueles que amam a liberdade, apenas um único caminho, a emigração. Outra vez.
PS: Strauss Khan vai ser substituído por um Chinês ou por um Brasileiro, a Europa está também toda ela moribunda e decadente.