No meu poste anterior, manifestei a minha preocupação com os resultados das sondagens de intenções de voto, realizadas em Abril de 2011, que indicam uma recuperação do PS, uma subida do CDS e uma descida proporcional do PSD (há um mês, em 25-3-2011, na sondagem da Marktest, o PSD tinha 47% das intenções de voto...), enquanto o Bloco permanece em convalescença e o PC mantém a sua quota militante habitual. Neste 25 de Abril, vou indicar cinco motivos desta tendência - descontando o incidente Fernando Nobre e até os amuos e os receios dentro do PSD - e depois alinhar uma táctica com cinco vectores.
Aponto cinco motivos da queda do PSD e da recuperação do PS (e também do CDS):
- O Governo socialista fez uma barragem mediática de propaganda para fazer o povo acreditar que não foi o Governo que se demitiu (por se lhe ter esgotado o dinheiro e os meios de financiamento) e que a culpa da bancarrota do Estado e da desgraça económica e social do País não se deve ao cúmulo de seis anos de Governo (ou treze anos e meio), mas à não aprovação do PEC IV pelos partidos da oposição e ao Presidente da República (!...) não ter obrigado o PSD a servir a vontade do PS. Essa pressão continua, através de Mário Soares e seus aliados, numa conspiração anti-democrática, à margem do sufrágio próximo, para impor ao Presidente da República e ao PSD (passando a mão pelo pêlo de Passos) a bênção antecipada de um Bloco Central que permita manter o socialismo no poder, eventualmente sem Sócrates. Como se o Presidente da República pudesse sobrepor-se ao sufrágio ou aos partidos!...
- Os portugueses estão assustados com o pedido de socorro financeiro ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF)/FMI e as condições que estes imporão para emprestar dinheiro ao Estado português.
- Os segmentos populacionais mais dependentes do Estado, como os pensionistas, os funcionários públicos e os que recebem subsídio de desemprego e rendimento social estão em pânico com a perda de bem-estar imediato das medidas financeiras que sentem que essas organizações decidirão.
- O Dr. Pedro Passos Coelho deu algumas indicações sobre uma política de austeridade mais severa que o PSD pretende aplicar no Governo, em contraponto com as anteriores promessas de não aumento de impostos:
- Admitiu, em 24-3-2011, que subiria os impostos sobre o consumo, ainda que explicasse que não desceria as pensões mais baixas, nem elevaria os impostos sobre o rendimento das pessoas.
- Informou no artigo «Our plan to fix Portugal», no WSJ de 30-3-2011, que o seu pacote de austeridade seria mais austero do que o PEC IV do PS: «votámos contra as últimas medidas de austeridade anunciadas não porque fossem longe de mais, mas porque não iam suficientemente longe» (tradução minha).
- E manifestou-se, em 19-4-2011, no Forum da TSF, favorável a um valor limite nas pensões, indicando os 2.500 euros de Espanha (corrigindo, na tarde desse dia, segundo o jornal i, que o limite se aplicaria apenas a quem entrasse agora no mercado de trabalho).
- Uma grande parte dos reformados dourados e dos funcionários públicos, órfã do socratismo desde o anúncio do PEC IV, em 11-4-2011, sentiu-se defraudada na sua expectativa de que o executivo do PSD garantisse no curto-prazo o nível de bem-estar que estavam habituados com os últimos governos socialistas e retornou ao socialismo efémero que lhes é vendido como uma defesa habilidosa da qualidade de vida portuguesa face ao papão do FMI. Os dourados sabem que a médio-prazo, esse bem-estar se esfuma, mas querem prolongar os últimos dias de Gomorra e iludem-se, preferindo o mal que vêem ao bem de que desconfiam.
Estes factos e interpretações recomendam a adopção de uma táctica firme, em que aqui tenho insistido, para concretizar a estratégia de alcançar o poder, reformar o Estado e recuperar o País. O PSD tem de mudar a táctica sado-masoquista, senão arrisca-se a uma vitória pírrica. Alinho cinco vectores da táctica do PSD:
- Atacar, com força e sem temor, a ruína do País, a corrupção de Estado, a loucura e a deriva ditatorial do socratismo, Sócrates e os candidatos socialistas (nomeadamente, Ferro Rodrigues, candidato a presidente da Assembleia da República; e Ricardo Rodrigues)
- Ser firme na impossibilidade de acordo pós-eleitoral do PSD com o socratismo e o PS.
- Insistir na necessidade de auditoria imediata e independente das contas do Estado e na publicação do estado real das contas públicas e dos indicadores económicos e estatísticos, a partir do trabalho da troika da Comissão Europeia/Banco Central Europeu e FMI. O primeiro exemplo de rigor e transparência verificou-se, neste sábado de Páscoa, 24-4-2011, quando a troika obrigou à inclusão no orçamento de Estado de 2011 do custo das parcerias público-privadas do Norte Litoral, Costa de Prata e Túnel do Marão, o que fez subir o défice de 2010, novamente, em 871 milhões de euros, para 9,1% do PIB.
- Subordinar a apresentação do seu programa de reequilíbrio orçamental do Estado ao conhecimento da real situação das contas públicas, pois não é possível planear sem conhecer a verdade. Importa ter a consciência de que é a esperança e não o sado-masoquismo que vence eleições. Não foi com os avisos de castigo que, num contexto semelhante, o Pasok venceu as eleições gregas de Junho de 2009, mas com optimismo - além das promessas de aumento de salários de funcionários públicos, de pensões e dos salários mais baixos, de um pacote de investimento público e da demagogia de pagar a crise com aumento de impostos sobre os ricos... O PSD não tem de assumir agora como seu o programa da troika (como se denuncia no poste da Via Justa, «Um erro em versão revista e aumentada»). As medidas de austeridade que forem anunciadas - e pior se forem apresentadas com bastante antecedência - são sempre do tipo lose-lose (ou no-win): descontentam e fazem perder votos.
- Superar as divisões e escaramuças internas do PSD e expor a dissolução do Governo socialista, como a cisão entre Teixeira dos Santos e José Sócrates.
A batalha não é fácil. O socratismo não foi frito em fogo lento, como eu gostaria. Mas saíu chamuscado da demissão e pode ficar esturricado na bancarrota. Passos, e a direcção do partido, precisam de mostrar firmeza e consistência nas declarações públicas. E é preciso forjar uma frente unida e combativa que remova o socratismo do poder e crie as condições da restauração do País.
* Imagem picada daqui.
* Actualização: este poste foi actualizado às 12:05 e 20:35 de 25 de Abril de 2011.
Bom dia
ResponderEliminarEm relação ao parágrafo seguinte:
«Uma grande parte dos reformados dourados e dos funcionários públicos, órfã do socratismo desde o anúncio do PEC IV, em 11-4-2011, sentiu-se defraudada na sua expectativa de que o executivo do PSD garantisse no curto-prazo o nível de bem-estar que estavam habituados com os últimos governos socialistas...» permita-me que discorde em absoluto. O Pec 4 propunha cortes até 10% nas reformas.
Não sei o que são para si reformas douradas ?
Os quadros da FP que fizeram descontos durante 36 anos ou mais e que eram quadros superiores da FP? Informo que os quadros que vieram das ex colonias e que já lá tinham feito os descontos habituais para que esse tempo de serviço contasse para a reforma TIVERAM de descontar de novo pelo ordenado actual.
É muito injusto que as pessoas não se informem antes de falar de reformas douradas!!
Gostaria que toda a gente tivesse gdes reformas mas não se pode desejar que um funcionario auxiliar que trabalhou 36 anos tenha a mesma reforma que um Juiz ou Médico que trabalhou o mesmo tempo.Provavelmente o Dr Caldeira refere-se aos deputados que por terem exercido essas funçoes durante 5, 6 ou 8 anos auferem por esse tempo de serviço 4000€. Mas não se pode generaliar e apelidar aos que cumpriram todos os requisitos para terem uma reforma condizente com a função que exerceram de malandros!é preciso marcar a diferença pq muito boa gente descontou balurdios para ter uma reforma e não pode agora o estado usurpar o dinheiro já descontado. Certo Dr Caldeira?
Cara Analou
ResponderEliminarTalvez eu seja até quem primeiro terá usado a expressão «reformas douradas», em 16-12-2003 - e depois várias vezes.
As reformas douradas são as reformas altas. Creio que umas e outras (à parte o regime não contributivo) terão valores acima da capitalização bancária (ou bolsística...) dos descontos feitos - e isso é financeiramente insustentável. Não é uma questão de justiça - e mesmo aí existirá uma desigualdade do sector público face ao sector privado - mas de sustentabilidade do Estado. A situação é ainda menos sustentável nas reformas antecipadas (aos 54 anos) e por inteiro - insisto que Bill Clinton não receberá dois milhões de dólares de pensão, como obteve um ajudante da conservatória do registo predial reformado aos 54 anos, com a pensão de 3500 euros e por inteiro... O caso das reformas da classe política é um ultraje aos demais portugueses.
Os pensionistas e funcionários públicos não professores (e mais uma ou outra corporação como os magistrados) eram os principais defensores do socratismo pela consciência de que tinham um bem-estar acima do que as finanças do país consentiam. Agora, aparentemente a maioria retorna à casa socialista.
Não tenho conhecimento sobre essas benesses todas que o PS teve para com os reformados muito pelo contrário. Sempre vi Socrates desprezar os idosos e dizer descaradamente que eles eram um fardo para a sociedade. Só faltou vê-lo aplaudir cada idoso que falecesse.. O que sei é que a reforma não é um presente que se oferece aos velhinhos. As reformas que se processam normalmente sem cunhas ou benesses politicas são atribuidas a quem fez descontos de acordo com o ordenado que auferiam ( para alem de todos esses ajustes drásticos que os regressados das ex colonias tiveram de fazer).Não havia qualquer legislação que definisse um tecto para a reforma ( e descontos apropriados). O que não se pode é cortar agora nas reformas dos idosos que descontaram uma vida inteira para a terem.Seria desumano e de uma gde injustiça. Veja-se que nem na Irlanda ou Grecia alguém mexeu nelas de forma tão drástica como previa o Pec 4 de Socrates.
ResponderEliminarNão esquecer, ainda, perante este cenário aterrador, o facto de, segundo li num semanário, apenas 25% da população ter habilitações literárias acima do nono ano de escolaridade.Este povo, deliberadamente mantido na ignorância, através de um sistema educativo medíocre e inadequado, é terreno fértil para nele se plantarem teorias aberrantes como as "expostas", no congresso de Matosinhos.A nossa miséria é tanto moral e intelectual quanto económica ou financeira.Temo cada vez mais pelo meu país.
ResponderEliminarÉ PRECISO DISTINGUIR ENTRE VERDADEIROS REFORMADOS QUE DESCONTARAM TODA A VIDA EM FUNÇÃO DAS SUAS REMUNERAÇÕES E CUJAS REFORMAS SÃO INTOCÁVEIS PORQUE FORAM PAGAS COM O SUOR DO SEU TRABALHO E OS "PENSIONISTAS" QUE AUFEREM DINHEIRO PÚBLICO GRAÇAS AOS INÚMEROS ESQUEMAS MONTADOS PELOS BÓIS DE TODO O TIPO QUE TOMARAM DE ASSALTO O ESTADO E A GENERALIDADE DAS INSTITUIÇÕES.O CASO DO BANCO DE PORTUGAL É UM DOS MAIS GRITANTES.O PROBLEMA NÃO É O MONTANTE DA REFORMA MAS A FORMA ARDILOSA COMO FOI OBTIDA.O ARDIL É QUE AS TORNA DOURADAS INDEPENDENTEMENTE DO MONTANTE.QUEM NÃO FAZ ESTA DISTINÇÃO ACABA POR DAR UM ENORME TIRO NO PÉ FACE AOS REFORMADOS QUE HONESTAMENTE AS OBTIVERAM E MUITO JUSTAMENTE AS DEFENDERÃO FACE ÁQUELES QUE OS QUEREM FAZER PAGAR PARA PERMITIR O ENCOBRIMENTO E A PROSSECUÇÃO DA GRANDE LADROAGEM SOCIALISTA.
ResponderEliminarSei que estás em festa, pá
ResponderEliminarFico contente
E enquanto estou ausente
Guarda um cravo pra mim
Eu queria estar na festa, pá
Com a tua gente
E colher pessoalmente
Uma flor do teu jardim
Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei também que é preciso, pá
Navegar, navegar
Lá faz primavera, pá
Cá estou doente
Manda urgentemente
Algum cheirinho de alecrim.
(Chico Buarque)
Feliz dia da Liberdade!
Feliz 25 de Abril!
=]
E na hora do corte diga-me Mani Pulite quem vai ficar a "arder"? De certo não vão fazer a distinção entre aqueles que se reformaram de forma correcta e os que,como sempre, vivem de expedientes e vigarices e recebem reformas altissimas com 5 ou 8 anos de descontos e os velhotes honestos vão sofrer na pele os cortes ,está-se mesmo a ver.
ResponderEliminarAs armas estão sempre apontadas para os mais frageis e de fora ficarão os subsidios de casa que muitos juizes recebem ,as ajudas de custo para assistir as reuniões do parlamento e etc, etc.
NO PAÍS DA LADROAGEM SOCIALISTA,QUE TEM A "HONRA" DE SER O TERCEIRO PAÍS COM MAIOR RISCO DE INCUMPRIMENTO NO MUNDO,QUEM LEVA SÃO SEMPRE OS HONESTOS,REFORMADOS OU NÃO.QUEM PROSPERA SÃO SEMPRE OS GATUNOS VIGARISTAS E MENTIROSOS.ASSIM SERÁ ATÉ CONSEGUIRMOS DERRUBAR O PODER SOCIALISTA.O CASO DO SENHOR SÓCRATES É O MELHOR EXEMPLO DA PRESENTE SITUAÇÃO PORTUGUESA.SER BANIDO DA POLÍTICA PORTUGUESA TERIA UM EFEITO SALUTAR E EXEMPLAR.
ResponderEliminarEhehehe!
ResponderEliminarQuero ver quando não houver dinheiro para comer na maioria das famílias,se essa dicussão fará sentido.
Tirar aos esfaimados para pagar reformas elevadas,porque coitados,descontaram.
Ehehehe!
Caro Prof. Balbino Caldeira,
ResponderEliminarComo se pode falar em "bem estar", quando o país está falido?
Como se pode querer manter reformas, ganhas justa ou injustamente, de mais de 2.500 euros, quando o país não gera riqueza, nem para suportar idosos com pensões de 250 euros, deficientes e crianças amontoadas em orfanatos?
Parece-me uma brincadeira. As pessoas devem pensar que os contribuintes alemães ou holandeses vão pagar a Festa da lista de Pensionistas da Caixa Geral de Aposentações, que de cada vez que sai, lá vem um Chefe de Serviço do Ministério da Justiça a auferir 4.000 euros, ou um médico especialista a auferir 3.800 euros!
Brincalhões. O que Portugal pediu em 1983, ao FMI, representava 3% do PIB. O que Portugal pede agora é de cerca de 50% do PIB.
O que fizeram esses Pensionistas de tão bom, que agora só se vêem dívidas? Um Professor do Magistério Primário com uma Pensão de 3.000 euros?
Onde está a equidade? Não querem ceder direitos adquiridos, vão ter que renegociar a mega-dívida, e aí Portugal ficará como CALOTEIRO, pelo menos por várias décadas.
Requiem para Portugal. Por culpa apenas dos portugueses que não têm sabido escolher os seus Governantes.
Parabéns pela análise!
ResponderEliminarCreio que ninguém tem medo dos sacrifícios. Não se pode é pedir sacrifícios ao povo e continuar a esbanjar e a usufruir de mordomias. O exemplo deve vir de cima. E, como diz bem, é preciso combater a corrupção de estado.
O Dr. Pedro Passos Coelho faz bem, quanto a mim em não esconder a verdade. Mas deve também referir que o governo que liderar saberá dar o exemplo.
Pois todos deviam estar já fartos de mentiras.
NÃO PODE HAVER SACRIFÍCIOS NEM PERDA DE DIREITOS CONQUISTADOS SEM RESPONSABILIZAÇÃO CRIMINAL DOS RESPONSÁVEIS PELA BANCARROTA SÓCRATES.AS DUAS EM SIMULTÂNEO.
ResponderEliminarQue saudades de Abril http://lmmgarcia.wordpress.com/2011/04/25/abril/
ResponderEliminar"Aponto cinco motivos da queda do PSD e da recuperação do PS (e também do CDS)"
ResponderEliminarNão aparece referida a alusão às parcerias público privadas(ppp)?!
Está de acordo?!
PPP: Passos quer saber quanto vão custar ainda Scut e Saúde
ResponderEliminarO presidente do PSD acusou hoje o Governo de adiar os verdadeiros números das contas públicas e disse querer saber quanto vão custar ainda para o défice as SCUT e as despesas na área da saúde.
http://diariodigital.sapo.pt/dinheiro_digital/news.asp?id_news=157314
Última hora.
ResponderEliminarAcabamos de saber que o Pinóquio foi internado no Júlio de Matos.
Diz, quem o internou, que ele se queixa que ouve constantemente passos de coelho e portas a bater.
Desejamos-lhe as piores melhoras.
O problema todos sabemos qual é, o PS com o Sócrates e seus amigos fez o que fez.
ResponderEliminarO PSD com o Passos não vai longe, é bom rapaz, mas mais do tipo BARBY bem falante...fez alguma coisa na vida? onde está o curriculo? Não passa de um bem falante....
Em quem votam os Portugueses? Coitados, não existem alternativas...vão andar por aí perdidos...e de uma maneira ou outra estamos sem ninguém capaz de ajudar portugal....
Infelizmente somos uma terra de gatunos a safarem-se, e o resto a sofrer sem qualquer saida.
Existem dúvidas?
Vejam se alguem necessita de provar a origem dos seus proventos, roubar não é crime, aparecem cheios de dinheiro e não acontece nada.....casas em nome dos filhos e das ex- esposas, truques que só de se saberem deveriam dar origem a investigação rigorosa e produzir resultados criminais.....mas não anda tudo na maior....os sigilos bancários continuam, as contas nos paraisos fiscais, negócios escuros com fartura....compram terrenos hoje por 10 e vendem ámanhão por 10 milhões, e andam por aí na maior, presidentes da Cãmara, disto e daquilo, falam na TV com todo o descarameneto... e depois o Povo é que vota mal? Até o Presidente...que se diz honesto, sofre de REFORMITE aguda e esqueceu algumas coisas.....coitado e mesmo assim é o melhor que arranjámos.....
As sondagens não têm muito valor, apenas mostram tendências. A causa da queda do PSD parece poder explicar-se em pouco mais duma dúzia de palavras: cada vez que o PSD mete a pata na poça, os partidos mais próximos recebem os descontentes. Depois, se virmos bem, a diferença entre um e os dois partidos não passa dos seus caminhos de neoliberalismo. O povo está farto de ambos, cada um com as suas sacanices, ataques mútuos que se fazem no sinteresse partidários e em prejuízo dos interesses nacionais.
ResponderEliminarDois dos ex-presidentes foram bem explícitos a este propósito. O mal é sempre o mesmo: uma constituição antidemocrática que afasta o povo do poder e da governação, que permite os corruptos roubar à vontade sem se preocuparem com a nação e fazerem leis que lhes garantem a impunidade na corrupção, no roubo e noutros crimes. A justiça, segundo as opiniões de outros países europeus é uma das causas por nem se preocupar a investigar a corrupção. Assim, o povo, excluído de participar, fica impedido de controlar a ladroagem e as máfias. É um paraíso para eles num país onde só os pilha-galinhas são presos e condenados.
Espero que deixe para as calendas gregas a cantilena da privatização da RTP e da CGD. Is´to é mortal para o eleitorado social democrata que não aceita estas tomadas de posição. Já agora, o Relvas que fale menos e trabalhe mais.
ResponderEliminarCaro António Caldeira,
ResponderEliminarConcordo com uma boa parte do seu post, mas julgo que ficaram algumas por dizer.
1) Uma grande mole de pessoas não distingue PS e PSD, porque os associa ao poder. Todas nós temos múltiplos exemplos locais, de parte a parte, do aproveitamento de rosas e laranjas dessa proximidade ao poder. E isso muitas pessoas conhecem e condenam. Existem razões para acreditar que as coisas vão mudar, ie, que as afinidades valerão mais do que o mérito no acesso, p.ex., ao trabalho?
2) Estamos a pouco mais de 1 mês das eleições e ainda não se conhece o programa de governo do PSD. Ouve-se uns soundbytes na comunicação social, umas propostas do grupo de reflexão, mas nada de concreto. Não me parece que as coisas vão diferir muito, entre PS e PSD, nos próximos 3 ou 4 anos, no que diz respeito à quebra de pensões ou salários e regalias dos funcionários públicos. Essas decisões vão ser tomadas antes das eleições pelo FMI e Cia. Agora e o que vai acontecer na política da saúde? e na educação? As pessoas são naturalmente avessas à mudança e esta indefinição não ajuda nada.
3) Seria totalmente catastrófico firmar a impossibilidade de acordo pós-eleitoral com o PS. Se se falar em indesejabilidade tudo bem, mas impossibilidade é criminoso.
4) Finalmente, parece-me difícil superar as divisões internas no PSD, embora neste momento não seja isso que faz as pessoas deixar de votar no PSD.
5) Uma nota final. Por diversas razões PS e PSD delapidaram nos últimos 20 anos o capital de confiança que detinham. A voragem pelo poder, a distribuição de benesses aos seus simpatizantes, a falta de sentido de estado (no governo e na oposição), foi assombroso. Porque razão deve o povo acreditar que agora vai ser diferente? Cada um de nós pode ter as suas convicções mas não razões firmes para acreditar na mudança a esse nível. Só porque mudaram as moscas e os recursos do Estado são agora menores?
Duas coisas que me fazem ainda pensar em votar PSD:
ResponderEliminar1ª - Não quero fazer parte da sociedade portuguesa que gaba a imoralidade, a corrupção, o enriquecimento ilícito e o "chico-espertismo" e que, por isso mesmo, vê em Sócrates um reflexo de si mesma.
2ª - Se os barões do PSD, cavaquistas, barrosistas... se afastam e criticam Passos Coelho, é porque não estão a "ver" os seus tachos assegurados. Não se reveêm nesta direcção do partido" sic.Pacheco Pereira.
Logo sobra crédito a Passos C.
Será que ele lê o seu blog? Convinha para mudar de estratégia.
Se há medidas que podem ser interessantes de discutir, não são convenientes num momento de "aperto".
Parabéns pelas boas análises da situação do país nos seus posts.
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