A Reuters (ver também o quadro interactivo para comparar com a dívida de outros países) publicou ontem, 28-4-2011, à tarde, a exposição de países credores estrangeiros a Portugal, de acordo com dados, em dólares, do Bank for International Settlements (Banco de Compensações Internacionais). Os valores indicados pela Reuters para o final de 2010 são incompletos, pois faltam os valores dos Outros Países da Zona Euro e Resto do Mundo (vinte mil milhões de euros, no terceiro trimestre de 2010). Coligi os valores, comparei com o quadro que aqui tinha publicado, em 14-3-2011, sobre os dados do 3.º trimestre de 2010 e converto os valores para mil milhões de euros à taxa de câmbio de hoje, 28-4-2011, do EUR/USD=1,482):
Regista-se uma redução acentuada da exposição dos credores de países estrangeiros à dívida portuguesa entre o terceiro e o quarto trimestre de 2010, sendo os bancos e fundos privados estrangeiros substituídos pelo Banco Central Europeu que foi comprando, no mercado secundário, a dívida portuguesa. Embora seja mais importante atender aos valores absolutos, destaca-se: -20,9% da Espanha; -24,6% da Alemanha; -27,4% da Grã-Bretanha; e -40,9% da França. Note-se que embora a taxa de juro das obrigações do Estado português já estivesse a crescer (tenho apontado 6,78% para a taxa a dez anos em 23-12-2010), estava ainda muito longe dos mesosféricos 12,05% de hoje, 28-4-2011, da taxa... a dois anos.
No final de 2010, a dívida maior de Portugal era para com credores espanhóis: a dívida de Portugal à Espanha tinha quase a mesma dimensão da dívida portuguesa para com o conjunto da Alemanha, França, Grã-Bretanha e Itália. A Alemanha, que representava apenas 15,1% da dívida portuguesa no terceiro trimestre de 2010, reduziu ainda mais, no final do ano, a exposição ao nosso País. O que significa que a protecção do governo democrata-cristão-liberal alemão ao governo socialista português não decorreu do montante gigantesco do crédito concedido pelos bancos alemães a Portugal (verifique-se a diferença, por exemplo face à Espanha), mas do factor político.
No final de 2010, a dívida maior de Portugal era para com credores espanhóis: a dívida de Portugal à Espanha tinha quase a mesma dimensão da dívida portuguesa para com o conjunto da Alemanha, França, Grã-Bretanha e Itália. A Alemanha, que representava apenas 15,1% da dívida portuguesa no terceiro trimestre de 2010, reduziu ainda mais, no final do ano, a exposição ao nosso País. O que significa que a protecção do governo democrata-cristão-liberal alemão ao governo socialista português não decorreu do montante gigantesco do crédito concedido pelos bancos alemães a Portugal (verifique-se a diferença, por exemplo face à Espanha), mas do factor político.
PARA MANDARETES DOS CREDORES ESTRANGEIROS JÁ NOS BASTAM O SÓCRATES E O CLONE.
ResponderEliminar«É urgente por cobro a este esquema diabólico que tem como objectivo financiar os
ResponderEliminarlucros da banca, que foi responsável pela grave crise financeira que enfrentamos, à custa dos
contribuintes portugueses e do crescimento da economia portuguesa. As agências de “rating”,
cujos lucros aumentaram significativamente em 2010, e uma parte importante das suas receitas
são pagas pelos bancos (em 2010, as receitas da Standard & Poor´s e da Moody´s atingiram 3,5
mil milhões €, e os seus lucros 1,31 mil milhões €), acabam por participar de uma forma perversa
–são parte interessadas – em todo este esquema, que só terminará, quando a banca for eliminada
do circuito de intermediação, e os Estados da Zona Euro poderem-se financiar junto do BCE,
embora de uma forma controlada e com limites. A não acontecer isto, os países como Portugal,
para não deixarem de se poderem financiar, terão de sair da Zona Euro, e os seus bancos centrais
adquirirem novamente o poder para emitir moeda. Eis o dilema que se coloca e que se terá de
enfrentar. O recurso ao chamado Fundo Europeu de Estabilização Financeira não resolverá o
problema, pois não impedirá a especulação, como provam os casos da Irlanda e Grécia.»
http://www.eugeniorosa.com/Sites/eugeniorosa.com/Documentos/2011/21-2011-BCE-ajuda-especula%C3%A7%C3%A3o-banca.pdf
Curioso é o facto de os EUA terem chutado quase 30 biliões de dívida portuguesa. Sintomático sobre a confiança do chamado "smart money" na economia de Portugal (não esquecer que o acrónimo PIIGS, começa por P......). E quem criou o acrónimo é o Senhor Jim O'Neill, inglês, Chairman do Asset Global Management da Goldmans Sachs.
ResponderEliminaré asneira atrás de asneira...
ResponderEliminarNo estado em que está o país, os homens inteligentes que têm a si a consciência da revolução…
http://ricardocampus.com/2011/04/29/eca-e-portugal-%E2%80%93-os-homens-inteligentes/
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