sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

A pressão da vitimização

Um dia será. Isto mudará mesmo. Se não desistirmos. Se mantivermos a esperança.

O caso da devolução pela cadeia de Évora do livro enviado a José Sócrates por António Arnault, hoje, 26-11-2014, noticiado ubiquamente nos média nacionais, é mais um episódio patético no chorrilho de queixas de tratamento desumano que o preso n.º 44 sofre. Ele é o tempo das chamadas telefónicas, a temperatura da água do chuveiro (fria na cela, mas quentinha no balneário coletivo), a falta de uma máquina de secar - enfim, inferior à catedral de Pablo Escobar...

O maçon socialista Arnault deve queixar-se ao seu irmão maçon socialista Rui Sá Gomes, diretor dos serviços prisionais, mas é dos privilégios de que Sócrates goza no estabelecimento, face aos outros detidos, e que têm sido denunciados nos jornais.

A pressão da Maçonaria, do Partido Socialista e dos aliados nos outros partidos, sobre o sistema judicial, tem como objetivo a libertação do ex-primeiro-ministro. O que se pretende é que os juízes da Relação o libertem. Para tal precisam de o transformar de algoz em vítima, para que o alarme social seja sofrível pelo sistema político. Não é. A série de factos que têm sido noticiados nos jornais são de uma dimensão tão escabrosa que o povo jamais entenderia que fosse libertado. Mas vão, mesmo assim, tentar libertá-lo.

Todos temem que o desespero leve Sócrates a dar com  a língua nos dentes. É que está a demonstrar bastante menos resistência na prisão do que o seu arquirrival Paulo Pedroso demonstrou. E o sistema teme a retaliação que ameaçou.


Pós-Texto (0:08 de 27-12-2014): O João Moiranda no Blasfémias, de 26-12-2014, desmonta mais esta cabala contra a vítima Sócrates: afinal é do próprio Sócrates a referenda no Regulamento Geral dos Estabelecimentos Prisionais, de 2011, em que se estabelecem as condições de um detido receber encomendas...


Limitação de responsabilidade (disclaimer): José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, indiciado, em 24-11-2014, pelos crimes de corrupção ativa por titular de cargo político, de corrupção ativa, de corrupção passiva para acto ilícito, de corrupção passiva para acto lícito, de branqueamento de capitais, fraude fiscal qualificada e de fraude fiscal (SIC, 26-11-2014), recluso detido preventivamente no Estabelecimento Prisional de Évora sob o nº 44, goza do direito constitucional à presunção de inocência até ao trânsito em julgado de eventual sentença condenatória.
As demais entidades referidas nas notícias dos média, que comento, não são suspeitas ou arguidas do cometimento de qualquer ilegalidade ou irregularidade.

7 comentários:

  1. A mesma maçonaria que pariu essa ortografia de analfabetos, já agora.
    Boas festas!

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  2. Aliás, falta um Mordomo na cela! Como pode um ser humano viver sem um Mordomo? E como pode sobreviver sem coca?

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  3. isso teria sido chique a valer, ter sido preso e levar o mordomo (em vez do motorista)

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  4. Parece que esta merda é de família.

    http://www.cmjornal.xl.pt/cm_ao_minuto/detalhe/mae_de_socrates_acusada_de_furto.html

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  5. Nada que uma ditadura à maneira não resolva. Venha ela da esquerda ou da direita, o que importa é amordaçar esta gente e fazê-la apodrecer nos calabouços!
    Ditadores de merda!!! Não é o Sócrates que está em causa, é a vossa visão vesga que parece aplaudir os desaires financeiros levados a cabo por uma direita vampiresca que colocou o país no prego! Tantos são os casos! Onde está a vossa honestidade intelectual? A apanhar sol na Comporta ou à mesa do Gambrinus!
    Ah... não comento anonimamente porque me recuso a viver num país medroso! Coio!

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  6. O principal problema desta País tem sido a corrupção e a falta de coerência. As empreitadas do Estado( e autarquias) têm custado( aos contribuintes) o triplo do valor orçamentado porque uma parte substancial tem sido para pagar aos corruptos. A incompetência, a corrupção, a impunidade e o amiguismo( maçonaria,partidos, etc) tem sido a caracteristica deste regime que, com o Sousa da Independente atingiu o auge.A passagem do Sousa, do Vhara & Cª.vai ficar na história da chorrupção e do vale tudo, que levou o país ao colossal endividamento e à Troica, porque já não havia outra solução. O Sousa, em desepero de causa,chamou e assinou o acordo com a troica, que o P. Coelho ( o mau da fita) teve de pôr em execução e os portuguese têm pago e irão pagar, seja qual for o partido que esteja no governo.Fazem a porcaria e culpam os outros.
    Essa gente,que propagandeia a justiça e a igualdade social, não lhes doi a alma quando o dinheiro dos contribuintes, que devia ser utilizado no auxílio dos pobres, vai para as suas Fundações, quando vestem em costureiros dos EUA onde um fato custa dezenas de milhares , vivem em casas que custam vários milhões,falam de socialismo mas gastam milhões em luxo, sem ponta de vergonha nem de coerência. É preciso e urgente limpar e moralizar o País. Não prendam só um mas a bandidagem toda.

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  7. Isto é que dói à merda de direita que vocês bajulam. Ainda não percebi porquê, mas suspeito que deve ser por terem espinha vertebral de borracha e de fazerem muitos sacrifícios de joelhos virados com os cornos para a meca de Belém. O problema é que mesmo que muito rezem nada vos limpa a alma podre e porca e esquizofrénica dos que se clamam impolutos e sérios, mas se vergam e rodeiam de bestas piores do que aquelas que apregoam de bocas escancaradas aos 4 ventos.

    ::: ARNALDO MATOS :::

    Não gosto nem nunca gostei de Sócrates. Todos os que me conhecem sabem muito bem que estive sempre frontalmente contra a política do partido socialista e contra o governo de Sócrates durante todo o tempo em que Sócrates chefiou esse governo. Sócrates não é o único, mas é, conjuntamente com o governo de traição nacional Coelho/Portas, um dos principais responsáveis pelo estado de bancarrota, de caos político, de pobreza, de desemprego e de miséria em que se encontra o país.
    Acontece que Sócrates é hoje um preso político, com o n.º 44 do estabelecimento prisional de Évora, às ordens do juiz do tribunal especial unipessoal denominado Tribunal Central de Instrução Criminal, tribunal que, tal como os seus congéneres dos tempos da inquisição e do fascismo, pode manter Sócrates na prisão, sem culpa formada e sem julgamento, por um tempo superior aquele em que os tribunais plenários do regime salazarista conseguiam aí manter os inimigos do regime.
    Assim, por uma reaccionária interpretação deturpativa dos princípios constitucionais e penais em vigor, os agentes do ministério público conseguiram colocar ao serviço da acusação os juízes de instrução criminal, concebidos para exercerem uma magistratura imparcial entre os objectivos odiosos dos acusadores e os direitos legítimos da defesa.
    Nos dias de hoje, o juiz de instrução criminal não passa de um serventuário da acusação pública, que vai ao ponto de abrir aos agentes do ministério público e das polícias criminais o caminho da acusação, quando ainda nem sequer acusação existe.
    A coisa chegou a este patamar intolerável: o juiz de instrução criminal determina a aplicação da prisão preventiva a um sujeito, para que o ministério público e suas polícias criminais investiguem se, no caso, há crime ou não, quando na realidade o juiz de instrução só deveria determinar a aplicação da medida coactiva da prisão preventiva se o crime já tivesse sido devidamente investigado, a tal ponto que os indícios recolhidos fundamentassem uma muito forte suspeita da existência de crime.
    Ora, o juiz do tribunal central de instrução criminal aplicou a Sócrates a medida de coacção de prisão preventiva para que o agente Rosário Teixeira e seus capangas pudessem investigar à vontade, sem constrangimentos nem pressas, uma suspeita que lhe tinha estimulado o nariz: este Sócrates cheira-me que é corrupto ou então cheira mal dos pés… Será?!
    Sócrates, ao regressar a Lisboa de uma viagem a Paris, é preso pelos capangas do agente Rosário, à frente das câmaras de televisão que haviam sido convocadas para a festa, e levado ao super-juiz de instrução que o mandou prender preventivamente, sem ter tido a inteligência de entender que não há nunca perigo de fuga para um ex-primeiro-ministro, ainda jovem e ambicioso, pois a fuga seria a sua liquidação política definitiva e uma incontornável confissão da prática do crime que só existirá na imaginação do Rosário (cheira-me que…).
    Aconteceu, porém, que o agente Rosário e o super-juiz Alexandre não têm nenhum facto com base no qual possam licitamente presumir que Sócrates pudesse ter cometido os crimes suspeitados: corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal agravada.
    Estando Sócrates preso preventivamente, entram as trombetas da direita a proclamar que é preciso “deixar a justiça fazer o seu caminho” e que “não há ninguém acima da lei”.


    http://lutapopularonline.org/index.php/pais/104-politica-geral/1462-socrates-deve-ser-imediatamente-libertado

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