segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Um caso que nos faz pena

Passou há bocado, mas neste setor nós não esquecemos. Álvaro Santos Pereira foi uma das maiores desilusões deste Governo. Pelos escritos no seu blogue Desmitos, pelos seus livros nos quais recebeu a colaboração discreta de patriotas, pareceu ao setor patriótico que seria possível arrancar o socialismo corrupto do Ministério da Economia. Todavia, protegeu esse socialismo corrupto e acrescentou-lhe o assentimento acrítico dos projetos relvistas, via António Almeida Henriques Relvas (fica aqui anónima a menção a um amigo meu autor deste apelido). Por isso, foi então denunciado neste blogue, sem piedade, porque não a merecia, ainda que beneficiasse de um culto de personalidade artificial, feito com paciência por uns e com ingenuidade por outros, um culto absurdo, que durou mesmo depois da sua demissão, com relevo maior para o Facebook de parágrafo único e de videos patéticos de opinadores socratinos disfarçados. No princípio, e no fim, estava o serviço fraterno dos socialistas, à maneira maçónica.

Finou-se o culto e recolheram imediatamente as carpideiras quando Mário Soares no DN, de 30-7-2013, na sua crónica semanal, para demonstrar o seu poder patriarcal, o expôs na sua dependência socialisto-promíscua - como já havia feito ao «camarada  Pacheco Pereira». Para pedagogia dos cândidos e lembrança dos patriotas, aqui fica o excerto dessa crónica recente :
«Um caso que me faz pena
Conheço mal Álvaro Santos Pereira, que depois de ter sido nomeado ministro da Economia e do Emprego e, salvo erro de mais duas ou três pastas, me telefonou e quis visitar-me na Fundação de que sou presidente. Tinha-me antes, ainda no Canadá, mandado um livro da sua autoria, que me pareceu interessante e eu, como sempre faço, agradeci com uma carta simpática.
Recebi-o na Fundação, não antes de lhe dizer que, sendo ele ministro, devia ser eu a deslocar-me ao seu ministério, o que faria com todo o gosto. Insistiu em vir e eu rendi-me, apesar de como logo lhe notei, não pertencermos à mesma família política. Recebi-o, pois, com curiosidade e delicadeza.
Queria, segundo me disse, aconselhar-se comigo sobre o cargo que tinha. Perguntei-lhe se não achava que ter quatro ministérios não o intimidava. Respondeu-me que não, porque tinha trazido alguns secretários de Estado em quem tinha muita confiança. Insisti no que, mesmo que assim fosse, não era a mesma coisa. E para lhe dar um exemplo, perguntei-lhe se sabia o que era ser ministro das Obras Públicas, quantos eram os funcionários (e não sabia) e que era um dos ministérios por onde passava a maior corrupção. Ficou espantado. Até hoje nunca mais o vi, embora me tivesse enviado uma mensagem muito simpática quando estive doente.»


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