Está em curso uma campanha para demonizar o juiz Carlos Alexandre por causa da detenção para interrogatório do banqueiro Ricardo Espírito Santo Salgado, em 24-7-2014 e das justificadas medidas de coação que lhe aplicou - «caução, no montante de três milhões de euros, proibição de ausência do território nacional e proibição de contactos com determinadas pessoas» - por, segundo nota da Procuradoria-Geral da República, estar «em causa a eventual prática de crimes de burla, abuso de confiança, falsificação e branqueamento de capitais». Esta campanha sucede à reação inicial de lavar as mãos sujas e os protestos enjoativos de que há muito tinham reclamado contra a promiscuidade entre o poder político e o BES.
Nessa campanha orquestrada participam entalados e avençados. Os entalados para demonstrar solidariedade, com medo de que o banqueiro dê com a língua nos dentes sobre os negócios de Estado e políticos; os avençados nos média para compensação de pagamentos e tachos e suplementos atuais pagos, direta e indiretamente, pela agência de comunicação contratada.
É uma campanha estúpida, por dois motivos. Em primeiro lugar, o juiz Carlos Alexandre, tem um prestígio heróico, singular entre os magistrados portugueses. Em segundo lugar, porque o povo já conhece algumas, poucas, manigâncias praticadas a nível nacional e internacional, e sente que vai arcar com o seu custo, na bancocracia (domínio do Estado pela promiscuidade entre políticos e banqueiros) que sofremos, e ainda acha leves as medidas de coação o que os factos já apurados e a lei consente.
Se Ricardo Salgado quiser proteção pessoal, colabore plenamente com a justiça e cante o que sabe.
O povo apoia a ação da justiça e opõe-se à bancocracia:
- Deve ser responsabilizado judicialmente todo e qualquer que tenha incorrido em crimes no universo de papel BES/GES ( mais ESFG, Rio Forte e todos os tentáculos offshore).
- O Estado apenas deve assumir perante os depositantes do BES apenas o que a lei estipula: cobrir os depósitos até 100 mil euros.
- Nem um chavo deve ser posto pelo Estado - nem devia ter sido posto nenhum, como já foi (Jornal de Negócios, 29-7-2014) - para cobrir o buraco no BES que no começo vai em três mil milhões de euros (28-7-2014) e não se sabe até onde chega.
- Nem um cêntimo deve ser entregue pelo Estado para cobrir as dívidas das demais empresas do Grupo Espírito Santo, para que não aconteça o mesmo que na SLN, que continuou a sugar a teta do Estado/CGD após a criminosa nacionalização do BPN (oito mil milhões de euros para cobrir aplicações financeiras arriscadas, depósitos vultuosos e as participações dos acionistas, mais os créditos e negócios feitos depois da nacionalização).
- O Estado não tem de pagar aos acionistas e investidores em papel comercial da ESI, ESFG, Rio Forte e quejandos. Muito menos com a justificação de que se paga aos acionistas e investidores angolanos para que Angola, que na prática vai tomar conta do BESA (onde o BES tem 57,5% do capital) pague os três mil milhões de euros emprestados para o arranque e expansão deste banco. Não creio que Ao Estado aangolano e os acionistas locais paguem realmente a dívida ao BES, a não ser que lhes ofereçam contrapartidas de maior valor: roubaram-lhes um chouriço na venda de ações e obrigações de sociedades falidas (ESI, ESFG, Rio Forte), ficam-lhes com a vara de porcos - e é muito bem feito. Para os subscritores de papel comercial aos balcões do BES em Portugal - que o Banco de Portugal (BdP) deveria ter impedido - basta a provisão que o BdP obrigou o BES posteriormente a fazer.
Limitação de responsabilidade (disclaimer): As entidades referidas nas notícias dos média, que comento, não são suspeitas ou arguidas do cometimento de qualquer ilegalidade ou irregularidade nestes casos, com excepção daqueles pelos quais estão indiciados. E mesmo quando arguidas gozam do direito à presunção de inocência até ao trânsito em julgado de eventual sentença condenatória.
Bem,
ResponderEliminarE também devia cantar o que sabe sofre os dinheiros entregues (doados, dados!!!) aos partidos para o que lhes tenha convido.
Ah!, Enganei-me, os partidos vivem das quotas dos militantes...E da comissão arrecadada em cada voto neles, para por todos...
Isto está lindo !!! Está?!!!
O Balbino, quando quer, até escreve algumas coisas de jeito... muito bem... de quando em vez lá sai um bom postal.
ResponderEliminarParabéns!
O Prof. Caldeira é um patriota, não-socialista. Só isso. E basta.
ResponderEliminarQuanto ao Don Ricardo, tudo como dantes. Don Ricardo quer estourar com Portugal, porque acha que o Estado deveria cobrir os estarolas do Espírito Santo. Aliás, Don Ricardo ainda acredita que o Estado tuguês vai mesmo pagar os seus buracos, porque os buracos não são buracos, são buracões.
Reparem, há um mês, ainda com Don Ricardo como CEO (isto é, a forma anglófona para quem manda na loja...), apareceu o BES a dizer que o financiamento a famiglia era de 1,200 milhões de euros. Agora, vêm com 3,000 milhões de euros. sabe Deus, o que será mais.
Aliás, a famiglia não pára. Que o diga o Dr. Costa, que está à frente da Camara de Lisboa, e já tem em curso a demolição do mais novo Quartel dos bombeiros de Lisboa, para que o Hospital da Luz (o mesmo hospital onde Mário Soares recupera a memória.....) lá possa fazer mais uma ala geriátrica (para levar para lá o Alfredo Barroso, para escrever as memórias....). O Dr. Costa tem como número 2, o primo Salgado, arquitecto Manuel. Pois, o socialismo aliado ao grande capital. Se lá estivesse o Dr. Costa, já tínhamos em curso o tal financiamento da CGD e do Millennium, para salvar a famiglia e os seus offshocrates.
Este combate não vai ser ganho, pois a Direita dos negócios, do Passos, do Moedas, do relvas, do Pires de Lima e do Portas, vão esticar a corda, mas não a deixam partir.....
O Juiz Carlos Alexandre teve receio de colocar em preventiva Don Salgado......quem tem XXXX, tem receio!
Ricciardi foi ilibado no tráfico da EDP.
ResponderEliminarMoedas irá para o lugar de Albuquerque.
O caminho natural para os negócios fluírem.
Esperemos para ver o que isto vai dar. Estamos em Portugal e no regime do 25 de abril.
ResponderEliminarOutra das ligações que a PJ estabeleceu durante as escutas foi ao próprio antigo primeiro-ministro, José Sócrates. A 16 de março de 2003, o filho de José Guilherme foi ter com José Bernardo Pinto de Sousa (primo de Sócrates) a uma dependência do BES para lhe entregar “um saco que ali se encontrava guardado há seis meses de uma conta antiga de José ou de Paulo”, revelou a PJ. Pinto de Sousa foi referenciado no processo Freeport por suspeitas de ter recebido dinheiro.
ResponderEliminarhttp://observador.pt/
Bem observado.
ResponderEliminarAinda no passado Sábado no execrável "Eixo do Mal" a não menos execrável Clara Alves atira-se ao juiz como gato a bofe.
Já agora gostava de saber o que é que esta frustrada autora foi fazer ao Bilderberg no ano passado.
Aiiii...que grande desgraça...se o Ricardinho tivesse seguido os meus conselhos nada disto tinha acontecido...agora o que vai ser da nossa reputação?
ResponderEliminarAqui está um artigo com categoria. Quando o Dr ABC consegue "esquecer-se" do Sócrates até escreve umas coisas acertadas.
ResponderEliminarA Maria Luís arranja tacho!..
ResponderEliminarA mulher do Crato arranjou tacho!...
Outros do governo vão arranjar tacho, pois o barco começa a afundar...
Será que o Dr ABC inclui o Governador do Banco de Portugal na responsabilização no caso do grupo BES por ter andado ver os navios a passar nos últimos anos?
ResponderEliminarÉ que no assunto BPN o Dr ABC foi muito, muito célere em responsabilizar o Constâncio.
Por que será?
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/economia/empresa-portuguesa-constroi-parque-solar-na-ucrania
ResponderEliminarEvidentemente que Carlos Costa não conseguiu enfrentar Don Ricardo. Foi demasiado lento.
ResponderEliminarSó Dr. Passos, até ao momento, NÃO NACIONALIZOU o BES, e se vier a manter esta decisão será um bom Primeiro Ministro.
O escroque Sócrates nacionalizou o BPN, que custou ao contribuinte português, até agora 8 mil milhões.
Carlos Costa esteve ao nível de Constancio.
Passos está a defender os interesses dos contribuintes, ao contrário do anti-patriota Sócrates.
Haverá coragem para enfrentar Angola?
ResponderEliminarhttp://www.jornaldenegocios.pt/empresas/detalhe/ricardo_salgado_e_alvaro_sobrinho_motivam_buscas_ao_ges.html
O Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) está desde esta manhã a realizar buscas em várias empresas do Grupo Espírito Santo, como a Rioforte e a Espírito Santo Resources, relacionadas com o caso Monte Branco. Transacções financeiras de Ricardo Salgado e de Álvaro Sobrinho motivaram diligências.
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=721456
ResponderEliminarO ex-primeiro-ministro, José Sócrates, é suspeito na investigação do caso Monte Branco e encontra-se sob vigilância há vários meses, avança esta quarta-feira o site da revista Sábado. Entretanto, o sigilo bancário e fiscal de José Sócrates já foi quebrado, refere a revista.
Off-Shócrates?
ResponderEliminarJosé Sócrates, no espaço de comentário na RTP, considerou este domingo que espera que a Justiça dê alguma explicação sobre a detenção de Salgado. «Não ouvi até agora uma explicação convicente para a necessidade de deter para interrogar. Pelo que foi noticiado sempre se mostrou disponível para colaborar com as autoridades. A Justiça ganhava em explicar a detenção de Ricardo Salgado», defendeu.
ResponderEliminarO ex-chefe de Governo acrescentou que não quer acreditar que a Justiça«só persiga quem já não é poderoso» aludindo à detenção de Ricardo Salgado logo após este ter deixado a presidência do BES.
Será desta que o animal feroz, o maior vigarista que já se viu em S. Bento, será finalmente investigado?
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