quarta-feira, 14 de maio de 2014

Para além do comunismo burguês

Enquanto por cá, o ionline de 13-5-2014 repuxa um poste de 19-4-2014 no Facebook de Rudolfo Rebelo, assessor económico do primeiro-ministro Passos Coelho, que ataca Mira Amaral e Bagão Félix, como defensores das reformas douradas, nos EUA, o presidente do Conselho de Assessores Económicos (chief-economist) do presidente Obama, Jason Furman mostra o seu desconforto com a análise e as propostas de Thomas Piketty em «Le capital au XXI siècle» (de agosto de 2013), que derrubam as convicções políticas esquerdistas de redenção social através das políticas tradicionais (aumento de despesa em educação, maior proteção laboral, fiscalidade progressiva dos rendimentos e maior assistência social estatal). Taxa global de 2% sobre a riqueza não.

E Furman introduz no silogismo de Piketty um negligenciado fator gerador de desigualdade, para lá dos favorecidos rendimentos de capital da bancocracia: a diferença dos rendimentos do trabalho - uma variável que aos marxistas nunca agradou por causa do incómodo da relação da sua teoria do valor-trabalho com a inaceitável mais valia. Os Pinhões d' «A Bola» e os Fernandos Correias de Saltillo sempre estiveram do lado dos salários milionários dos jogadores como justa compensação do seu trabalho. O neomarxismo aceita bem os rendimentos de trabalho de algumas elites culturais e desportivas - mesmo que se trate da venda de direitos de imagem... - e ignora os rendimentos de capital que geram ou a fuga aos impostos a que os artistas também são atreitos.

A desigualdade financeira dos indivíduos está a crescer porque existe principalmente uma macrodistorção das políticas económicas por efeito misto da bancocracia e do assistencialismo estatal, punindo a economia real e o trabalho.

Na prática, o neomarxismo é um comunismo burguês. A redistribuição do rendimento que pretendem é dos ricos empresários, sim... mas para os instruídos filhos desocupados da alta classe média. Dos pobres-pobres não reza a história da esquerda da moda, anarquista e comunista.

A reforma política necessária é da prioridade à economia real e ao trabalho

5 comentários:

  1. Trabalho é coisa que a grande maioria das pessoas nem querem ouvir falar.

    Antes do trabalho, o DIREITO à habitação, o DIREITO ao emprego, o DIREITO à saúde gratuita, o DIREITO à educação gratuita, o DIREITO a um Smartphone para todos, o DIREITO à Benfica-TV para todos, e por aí fora.

    Por isso, é que os Carvalhos da Silva e Arménios da praç, hão-de ser sempre escravos do capital. Porquê? Porque o capital gosta de lançar o isco ao povo, e este morde o isco, e depois fica DEPENDENTE DA CONTA DE SUPERMERCADO.

    O capitalismo é aliado de Obama ou de Seguro. O capitalismo é o patrão do Blair e do Schroeder. Schroeder que é empregado da Gazprom, e por isso de Putin, defende a anexação da Crimeia e os interesses russos.

    Já não interessam as nações ou as ideologias. Interessa o conforto. Vão lá ver a LUTA do Carvalho da Silva ou do VENDILHÃO Soares? A luta pelo Dom Perignon ou pelo Barca Velha.

    O Semedo do Bloco, Doutor, médico, gosta de ir regularmente às melhores garrafeiras do país. Não se contenta com vinho corrente. É de VQPRD, para cima, Reserva e afins!

    A verdadeira luta pelo bem estar! Dos próprios e dos filhotes, claro !

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  2. Durante muitos anos, gente ingénua e idealista foi arregimentada pelo movimento comunista internacional e levada a apoiar as maiores atrocidades em nome de um futuro radioso para a humanidade. Um Éden sem Deus, onde todos seriam deuses.
    Com a queda do Muro, porém, toda a gente percebeu que o sonho era afinal um pesadelo.
    Querer hoje vender o mesmo peixe podre, só é possível num país de faz-de-conta como o nosso, onde toda a imprensa se rege pela cartilha da ideologia fóssil e falida, cujo discurso é o do PCP,BE e PS.
    É essa a razão de vicejarem estas monstruosidades anacrónicas dos Jerónimos, Louçãs, Arménios, Rosas e toda a quadrilha do socialismo corrupto que assenta o seu apelo ao voto nos mesmos mitos e ardis.
    Toda esta tropa fandanga sabe bem de mais que o que defendem é um logro e nem é sequer exequível sem uma economia capitalista. Todas as tentativas para implantar economias como as que fingem preconizar, terminaram em regresso ao capitalismo, mas com formas mais duras e escravizantes para os que eles pretendem defender.
    Os exemplos não são muitos nem poucos, são TODOS!
    Portanto, o que querem estes vigaristas?
    Querem viver como os grandes empresários capitalistas sem ter o trabalho de atingir o sucesso competindo no mundo empresarial, o que não está ao alcance de todos.
    Então, instalam-se nos cargos de poder à conta destes estratagemas e atingem as suas metas parasitando, chantageando e beneficiando da corrupção em que enterram o Estado e a miséria em que mergulham a nação.
    Se as TV's veiculassem a verdade,o país regenerar-se-ia rapidamente.
    Mas, para o evitar, lá temos as Judites de Sousa e as Campos Ferreira ou Albertos Carvalho.
    O resto é a soldadesca partidária regimental, os Marcelos e toda aquela centena de comensais.

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  3. José António Salcedo14 de maio de 2014 às 18:10

    Concordo inteiramente - A reforma política necessária é da prioridade à economia real e ao trabalho. Infelizmente, para que uma reforma dessas seja eficaz é necessário instituir 'responsabilidade' como um valor central da cultura, quer a nível de pessoas quer de instituições - isso é socialmente difícil porque estranho para a maioria das pessoas e indesejável para muitas pessoas e instituições no poder ou que nele baseariam os seus proventos.

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  4. Este palhaço do Rudolfo Rebelo recentemente trazido para a ribalta, tem várias preocupações com o seu nome . De facto é Rodolfo com o e não com u e quer também ser rebelo com til . Quando da sua nomeação o rapaz estava preocupadissimo com este tema. porque não vai mudar o nome?

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  5. Embora sabendo que nenhuma alternativa é perfeita, seria bom que houvesse mais debate nos meios de comunicação, sobre outras alternativas no plano

    politico/económico, e entre elas o ««cooperativismo» democrata centrista».

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