segunda-feira, 16 de abril de 2012

«Provavelmente»

O sistema não para. O diário i, desta manhã, de 16-4-2012, traz uma notícia, «Superjuiz. PGR abre inquérito por violação de segredo de justiça», assinada por Sílvia Caneco e com chamada de 1.ª página, que pretende atingir o juiz Carlos Alexandre. Recordo, analiso e concluo.

A história do caso é, em resumo, a seguinte. Alguém de uma estrutura negra de informação, que creio - pelo padrão e repetição de eventos com o juiz - ser nacional - pôs cópias, na caixa de correio da casa do juiz, de artigos do «Novo Jornal» luandense que referiam a possibilidade de retaliações sobre cidadãos portugueses por causa de uma investigação em curso no DCIAP (Departamento Central de Investigação e Ação Penal). Esse inquérito relativo a eventuais indícios de branqueamento de capitais, terá tido origem em queixa provinda das autoridades da antiga colónia à justiça portuguesa sobre eventual burla (queixa de que, entretanto, se arrependeram) -, um processo que o juiz instrui com o rigor habitual. Pelo meio, o desagrado também foi veiculado, segundo o jornal Sol (citado pelo CM, de 31-3-2012, que noticiou estes factos), por um ministro do governo português; e, previamente, em 29-4-2012, o Dr. Francisco Assis, ex-líder parlamentar socialista durante o consulado socratino, já tinha indiretamente alvejado o juiz numa crónica no Público, de 29-3-2012, quando denunciou «um grupo de ignotos juízes desprovidos do mais elementar sentido de Estado» (ver poste do José da Porta da Loja, em 29-4-2012) - leia-se, o Dr. Carlos Alexandre, que não tinha travado uma investigação delicada para os interesses volúveis de países parceiros do Estado português... Ao que chegou a dependência e a falta de sentido de Estado de um País, que tem nome Portugal, quando, alegadamente, ministros e altos dirigentes da oposição pressionam, por influência de setores de um país estrangeiro, magistrados para pararem inquéritos sobre eventuais ilegalidades de vulto de que antes se haviam queixado...

Por causa desta intimidação ostensiva e da indevida pressão governamental, o juiz denunciou os factos ao Conselho Superior de Magistratura, órgão ao qual pediu uma inspeção extraordinária do seu trabalho. E ainda denunciou o caso ao DCIAP (coordenado pela procuradora-geral adjunta, Dra. Maria Cândida Almeida) porque, alegadamente, os artigos do Novo Jornal noticiavam factos que estão em segredo de justiça.

DCIAP abriu um inquérito sobre eventual violação do segredo de justiça. Tudo bem? Sim, se não viesse, a deselegância pública na notícia do i: «por arrasto, também o autor da denúncia poderá ser investigado, uma vez que Carlos Alexandre era um dos conhecedores do processo». Uma deselegância que não é do caneco, pois «fonte do DCIAP» (quem mais?) terá declarado à jornalista: «Essa hipótese não está excluída». Claro que não está: mas é preciso dizê-lo?... E havia necessidade de reforçar essa possibilidade absurda com a declaração oficiosa da «fonte do DCIAP»: «se foi o próprio juiz a fazer a denúncia, provavelmente a violação do segredo não partiu dele» (sublinhado meu). «Provavelmente»!... Há advérbios que denunciam o modo - e os modos - de quem os usa.

Mais ainda, num procedimento hostil, a «fonte do DCIAP» (segundo a fonte, escreve a jornalista), terá confidenciado à jornalista, que «não está posta de parte a hipótese de serem investigadas notícias que saíram em jornais portugueses sobre os mesmos processos». Ou seja, as notícias que apareceram nos media lusos sobre a investigação. Será que esse inquérito se vai deter nas notícias sobre os indícios de branqueamento de capitais ou também abarcará, aqui e lá, a desinformação dos sobrinhos - e dos tios lusitanos... -, pondo em causa, novamente, o tal sistémico sentido de Estado?



Este contra-ataque, relacionado com um caso que envolve o presidente da filial do BES na antiga colónia portuguesa, surge quatro dias depois da sentença do caso Portucale, em que foram absolvidos todos os onze arguidos. O processo Portucale  incidia sobre eventuais crimes de tráfico de influências, abuso de poder e falsificação de documentos, relacionadas com decisões do Governo  de Santana Lopes/Paulo Portas, alegadamente, «suspeitas de favorecimento ao Grupo Espírito Santo» no abate de sobreiros para a construção de um empreendimento imobiliário e turístico na herdade da Vargem Fresca, em Benavente. Segundo a TVI, de 26-6-2009:
«O processo destapou financiamentos suspeitos ao CDS-PP e está recheado de escutas que indiciam uma grande promiscuidade entre o poder político e o poder económico.
Numa delas, Abel Pinheiro, depois de conseguir a aprovação do empreendimento, diz a um administrador do Grupo Espírito Santo, Vítor Neves: "fazendo as contas, nós metemos na mão da sua gente mais de 400 milhões de euros nas últimas três semanas"».
Abel Pinheiro, na altura tesoureiro do CDS-PP, considerou, segundo o jornal i, no dia 12-4-2012, em que foi absolvido no caso Portucale, que foi «exibido como um urso».

Há cinco dias, em 11 de abril de 2012, o ex-ministro socialista da Defesa, Akis Tsochatzopoulos, um dos fundadores do Pasok, foi preso por indícios de branqueamento de capitais, relacionado (entre outros casos) com a compra de dois submarinos, por mil milhões de euros, à alemã Ferrostaal. O processo judicial sobre a compra de dois submarinos, e suas contrapartidas, pelo ministério da Defesa português, dirigido pelo Dr. Paulo Portas, continua, «quase oito anos depois», em fase de inquérito, no DCIAP (Paulo Portas não é arguido nesse inquérito).


O sistema não se detém, nem perante a lei e a justiça. O patriota Carlos Alexandre é, nesta altura, um dos alvos principais do sistema. Sistema implacável que parece agora funcionar como uma espiral perfeita: com um olho maçónico-socialista no vórtice; os partidos do poder (e os outros, como o Bloco e o PC) satélites de interesses financeiro-socialistas; e a Presidência da República afastada, pelo socialismo e seus aliados, pela força centrífuga deste poder; o poder militar e policial marginalizado; e o poder judicial sujeito à força voraz do vórtice. E, todavia, resiste a Pátria, que se tem portado como madrasta. Mas é mãe.


Nota: ver também poste do José, «Outra notícia do caneco».


Atualização: este poste foi atualizado às 13:54 de 16-4-2012.
* Imagem picada daqui.
Limitação de responsabilidade (disclaimer): As entidades referidas nas notícias dos media, que comento, não são suspeitas ou arguidas do cometimento de qualquer ilegalidade ou irregularidade nestes casos, e quando arguidos gozam do direito constitucional à presunção de inocência até ao eventual trânsito em julgado de sentença condenatória.

18 comentários:

  1. José Esteves, apontado como envolvido no atentado de Camarate, decidiu supostamente denunciar agora o que se terá passado, num video no You Tube!

    Video nestes 2 links:

    http://crimedigoeu.wordpress.com/2012/04/10/suspeito-de-camarate-diz-que-balsemao-soube-com-antecedencia-do-atentado/

    http://apodrecetuga.blogspot.com/2012/04/camarate-finalmente-trazido-luz-pela.html

    Em Janeiro ultimo Esteves já tinha posto no You Tube um outro video:

    http://www.youtube.com/watch?v=KeEWXG-7SZs

    Terá credibilidade este testemunho, ao fim de tantos anos?

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  2. “O presidente, José Eduardo dos Santos, usa os fundos do Estado como se fossem sua propriedade”, denunciou Lissakers. Em sua opinião, boa parte dos mais de 24 mil milhões de euros que viraram fumo devem estar depositados em contas de bancos estrangeiros. É um segredo conhecido que a filha do mandatário, Isabel dos Santos, que cuida da fortuna familiar, realizou nos últimos anos investimentos multimilionários no seu país e em Portugal.

    http://www.esquerda.net/artigo/angola-dez-anos-de-paz-e-um-futuro-frustrado/22725

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  3. http://economico.sapo.pt/noticias/eua-investigam-participada-da-goldman-em-angola_142609.html

    Participações "opacas" de três altos dirigentes angolanos, incluindo Manuel Vicente, em parceira da Cobalt estão na base da investigação.

    Manuel Vicente, actual ministro da Economia de Angola e ex-presidente da Sonangol (petrolífera angolana), o general Manuel Hélder Viera Dias Júnior, conhecido como Kopelipa, actual ministro de Estado e chefe da Casa Militar do presidente da República, e o general Leopoldino do Nascimento, ex-chefe das comunicações de José Eduardo dos Santos, mantiveram participações "opcas" na Nazaki Oil and Gas, companhia parceira da norte-americana Cobalt International, que tem na Goldman Sachs o seu maior accionista e explora três blocos petrolíferos em conjunto com a Sonangol.

    Segundo relata hoje o Financial Times, estas participações levantaram suspeitas de violação das leis anti-corrupção nos EUA, que proíbem o pagamento ou a oferta de qualquer coisa a dirigentes estrangeiros em troca de negócios nesse país. Contactados pelo jornal, Manuel Vicente e Kopelipa confirmaram as posições mas refutaram, em cartas praticamente idênticas, qualquer irregularidade para com as leis norte-americanas e angolanas, nomeadamente suspeitas de tráfico de influências e abuso de poder relacionadas com os direitos da Cobalto em solo angolano.

    A empresa com sede em Houston está a ser investigada pela SEC e pelo Departamento de Justiça desde Novembro passado

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  4. Um dos compradores de Portugal é a sua ex-Colónia, que é um país altamente respeitado, com um regime democrático viçoso. É perante a Casa dos Santos que os portugueses terão que vir a prestar juramento. Quem não o fizer, é acusado de ser racista e de ter preconceitos rácicos. Entretanto, tudo quanto é político da Tugolândia faz vénias à Nomenklatura dos Santos. Gente séria e honesta, acima de qualquer suspeita do que quer que seja.

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  5. A CABEÇA PODRE DA PODRIDÃO16 de abril de 2012 às 15:56

    Não sejamos brandos com Cavaco que é há muitos anos a cúpula podre de um sistema podre.Depois de ludibriar o seu eleitorado mancomunou-se por razões que só eles sabem com Sócrates a quem tudo tolerou sendo sem dúvida, em regime de "cooperação estratégica", o segundo maior responsável pela Bancarrota nacional.Hoje está totalmente desmascarado.O boicote activo à Lei do enriquecimento ilícito,o veto à substituição do PGR dizem tanto sobre o que de facto é o personagem como a sua defesa de Sócrates quando se descobriu quão falsa era a sua licenciatura.Não se pode enganar todos o tempo todo.Hoje o tempo de Cavaco acabou.Vai fazer companhia ao Padrinho Mário.

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  6. http://www.publico.pt/Sociedade/oito-em-cada-dez-portugueses-sao-catolicos-e-quase-metade-vai-a-missa-1542295

    Segundo o estudo do Centro de Estudos de Religiões e Culturas (CERC) da Universidade Católica Portuguesa, que quarta-feira será apresentado na assembleia plenária da Conferência Episcopal Portuguesa, os católicos desceram de 86,9% para 79,5%.

    “Pode observar-se um decréscimo relativo da população que se declara católica e um incremento da percentagem relativa às outras posições de pertença religiosa, com um particular destaque para o universo protestante (incluindo os evangélicos)”, diz o relatório assinado por Alfredo Teixeira, do CERC.

    Se os católicos diminuíram, já a percentagem de pessoas com uma religião diferente da católica passou de 2,7% em 1999 para 5,7%. Mas também o número de pessoas sem qualquer religião aumentou, de 8,2% para 14,2%. Por categorias, o aumento verificado foi de 1,7 para 3,2 nos indiferentes, de 1,7 para 2,2 nos agnósticos e 2,7% para 4,1% nos ateus.

    Entre a população que se identifica com uma posição religiosa, os católicos baixaram de 97% para 93,3%. Nesta mesma grelha de análise, as categorias que mais cresceram foram os protestantes e evangélicos, bem como os que se definem como “crentes sem religião”.

    Os protestantes e evangélicos aumentaram de 0,3% para 2,8%, enquanto as Testemunhas de Jeová subiram de 1% para 1,5% no peso relativo. Os “outros cristãos” (que deverão ser predominantemente ortodoxos) aumentaram de 1,5% para 1,6%, enquanto os crentes de religiões não cristãs (muçulmanos, judeus, hindus, budistas, por exemplo) passaram de 0,2% para 0,8%.

    http://www.publico.pt/Sociedade/oito-em-cada-dez-portugueses-sao-catolicos-e-quase-metade-vai-a-missa-1542295

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  7. Sócrates fez bem em sair deste país de corruptos e decadentes morais.

    Portugal é uma miséria.

    Basta olhar para os jornais, televisões e blogosfera.

    Para este Portugal dos Pequeninos e dos Ladrões, o meu abundante vómito!

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  8. Já agora, podemos sempre acrescentar o Bispo Marcelo. Ontem, dizia que "deseja que este governo tenha sucesso, uma vez que os 3 anos que lá vão estar mais, e se falharem, levarão Portugal a uma década perdida". Forma inspirada de dizer que Portugal fechou para obras e de vez. Mas, sempre com a ambiçãozita de ser PR, lá vai dando ideia de que é positivo e que tem que se congregar os Tugas, em vez de dividi-los. Grande conjugação de gente anti-portuguesa. A maior conjugação desde os tempos de Miguel de Vasconcellos. Só que os Espanhóis também estão falidos. Restam os diamantes, o ptóleo, o café, o minério, os produtos agrícolas, etc. do Pai da Tugolândia, D. José Eduardo dos Santos I. Quando for entronizado, muda-se a sede do Império da Tugolândia, para o Fetungo de Belas.

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  9. Na Grécia o Rastapopoulos já está preso.Por cá o Papopapoulas está provávelmente na maior.O que desce leva madeira de sobro.O que sobe euros do Caimão.

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  10. O Sócrates? Esse nem virá mais cá. O Vale e Azevedo exilou-se em Londres (após fuga autorizada....). O Sócrates não tem coragem para cá voltar, tantos Amigos cá deixou....

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  11. Não se esqueçam que os Pinheiros também dão muita seiva.Pingam que se fartam.

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  12. Jacinto Leite Capelo Rego, Grão-Mestre dos Montados16 de abril de 2012 às 17:15

    Realmente a Grécia não é Portugal.

    Lá prendem-se os corruptos dos submarinos!

    Aqui, andam há solta!

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  13. AS BARRICAS DE SALMOURA ESTÃO CHEIAS DE GORGULHO.

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  14. Como pode o DCIAP,um organismo totalmente desacreditado, investigar um crime no qual provávelmente por arrasto também é suspeito?Com a agravante de não ter de motu próprio aberto o inquérito mas ter sido forçado a fazê-lo depois da denúncia de um alto magistrado acima de qualquer suspeita.

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  15. Nã é urso,nã sinhor,é só o Pai Natal mascarado de pinheiro.Daqueles que estão com bicho.

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  16. Aqui neste Portugal mal frequentado por governantes, a justiça pura e simplesmente nao existe para condenar estas iluminadas especies.

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  17. Aqui em Portugal os politicos corruptos sao especies protegidas

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