O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, afirmou no Parlamento, em 22-11-2011, a propósito da capitalização da banca, cuja lei foi aprovada em 22-11-2011, que a posição do Estado nos bancos privados não será de um «verdadeiro accionista», pois o Estado será um «accionista passivo». Gaspar repete o erro de parapraxia, de Passos Coelho, em 23-10-2011, que «o Estado será uma espécie de accionista passivo». Freud explicaria o que o povo pressente.
É absurdo que, depois de uma inaceitável decisão de enterrar dinheiro em bancos pré-falidos, o Estado prescinda do direito de fiscalização das contas dos bancos, de verificação do seu crédito malparado, de ser consultado e de votar decisões da administração, de consentir dividendos (enquanto há dívidas não há herdeiros...), isto é, do direito de exercer os poderes que a sua parte de capital permite.
Importa que o Governo perceba que também à direita - e não apenas na esquerda radical - se rejeita o enterro de dinheiro do Estado na nacionalização dos prejuízos, crédito malparado e dívidas da banca privada. O Estado não tem de substituir os accionistas, nem sequer socorrer os aforradores/investidores para lá do que a lei garante. Nem angariar investidores para recapitalizar bancos privados, eventualmente concedendo contrapartidas secretas.
O povo não compreende que o Governo não envie para o Ministério Público o caso da tomada de controlo do BCP por administradores da Caixa, que concederam, com dinheiro público, financiamento para a compra do banco privado a particulares que, passados meses, os indicaram para a administração do BCP - não bastam os casos BPN e BPP. Uma vez mais, o Estado abafa eventuais responsabilidades judiciais em desmandos da banca privada, mas afunda dinheiro público para cobrir as consequências dessas operações insólitas e ruinosas para o Estado.
Ao sacrifício salarial e fiscal que o Governo exige aos portugueses, funcionários públicos, privados e pensionistas, tem de corresponder a responsabilização judicial dos abusadores e o não desperdício do escasso dinheiro do Estado, nomeadamente na banca privada pré-falida. Além disso, o enterro de dinheiro do Estado nesses bancos é inútil: os vermes que nos tragaram a carne, hão-de roer-nos os ossos. Com raras excepções, a banca privada nacional perdeu a confiança dos portugueses por causa de promiscuidade política e de operações mirabolantes: o fluxo de transferência de depósitos para bancos estrangeiros - e mesmo para o estrangeiro - e para a conversão em ouro, não é travado pela intervenção do Estado, como se viu no caso BPN após a nacionalização.
Não faço greve senão para mudar um regime - e, assim, não farei greve hoje, 24 de Novembro de 2011. Mas compreendo a revolta das pessoas perante a injustiça de apertarem o cinto dos cidadãos pagadores de impostos, largarem os abusadores que provocaram a ruína do País e não os levarem à justiça pelos indícios de corrupção, ao mesmo tempo que o próprio Estado enche de dinheiro os bancos pré-falidos.
O povo está zangado com o socialismo bancário, com a bancocracia e com a promiscuidade bloco-centralista. Convém que o Governo perceba a indignação geral do povo perante esta promiscuidade. Não nos resignamos com o humor. Queremos justiça e isenção.
Sim, também estou zangado com a captura dos partidos e dos Estado pelo capital do betão, pelo capital financeiro...
ResponderEliminarNão faço greve, mas compreendo.
Nunca fiz greve. Faria sim uma cujo objectivo fosse mudar o regime.
Cansei de tanto trafulhice.
Muitas e profundas questões. Aliás, aqui aborda-se o funamento do Regime.
ResponderEliminar1. Porque é que o Sócrates enfiou milhares de milhões de euros de dívida pública na banca? E nas Seguradoras? Naturalmente, que a banca espera agora a compensação pelo frete feito ao falso engenheiro.
2. E os vários negócios que o Estado impôs sucesivamente á banca, para além do braço financeiro habitual, CGD? Os negócios da Mota, ou do Grupo Lena, ou da Martifer? Toda esta gente ia à banca com um "avalzinho" do Estado. Agora, os Salgados querem o troco.
3. E para que serviu sempre o Banco de Portugal? Para ser a Entidade Reguladora? Não. O BdP foi sempre o Grupo de suporte à banca. Durante mais do que uma década, o BdP bateu palmas ao crédito para tudo e para todos.
4. Depois, é preciso ver que a banca funciona como a sociedade siciliana ou aquele outro, de Ponzi. Ou seja, se um cair no charco, caiem todos. O BPN e o BPP só não criaram derramamento de sangue, porque o Estado aguentou. Imagine-se que o BCP falia (deve estar....), toda a restante banca falia, e o Estado teria que garantir no mínimo, os depósitos, e falia também.....
5. E a obrigatoriedade que o Estado impôs sucessivamente de crédito aos Falidos Estatais? às Câmaras Muncipais, aos Governos Regionais, ás Empresas Públicas, etc.....tudo sempre com a obrigatoriedade do Estado e com o seu aval.
Portugal não é um bando de malfeitores, mas até os Sicilianos virão cá, em excursão, para aprenderem a saber gerir....à portuguesa, ou à tuga!
http://www.tvi24.iol.pt/programa.html?prg_id=4407
ResponderEliminarPassivo, enquanto os os accionistas privados e os gestores milionários nos vão f*****.
ResponderEliminarNão foi nisto que eu votei, Sr. Passos Coelho!
Ou o meu voto no PSD foi igual ao litro?
Ouvi hoje o Miguel Relvas a dizer que o pais atravessa um periodo dificil por motivo de má gestao e outros descuidos dos dinheiros publicos.
ResponderEliminarSerá que o Miguel Relvas ja se convenceu que ele proprio nunca roubou os contribuintes nas tais faladas viagens fantasmas ? Eu ainda nao me esqueci que o nome do Sr Miguel Relvas apareceu no jornal Correio do Ribatejo nas tais faladas viagens fantasmas no 2º governo de Cavaco Silva.
Portanto ninguem me tira da ideia que o país continua entregue a ladroes.
"O povo não compreende...."
ResponderEliminarE o sr. dr. ABC ainda quer crer que não compreende que o PSD é apenas o PS (volvendo olhos piscos) à D(ireita)...
O Bloco Central tem o mesmo Centro, onde os principais se reunem nas suas macavenkas reuniões.
O sr. Alberto João Jardim é que bem na conhece e até tem denunciado publicamente o nome dessa Central. E tem sabido cobrar-lhe o preço da não independência madeirense...
"O povo" não compreende?
ResponderEliminarDentro do guarda-chuva de povo,cabe muita gente.
"O povo" alberga gente de todas espécies.A maioria está-se borrifando para a grande roubalheira nacional,desde que lhe deitem umas migalhas.Essa é a grande tragédia.Já não temos uma moral cristã.A nova é a republicana,vale tudo menos ser apanhado.E apanhados não são.Reconstruíram o sistema de justiça,conseguindo a impunidade total.
A moral do Soares e súcia afim.
Isto está tudo na mão do Relvas e da Maçonaria dos Judeus!
ResponderEliminarO Gaspareto Arrelvado é passivo com os Banqueiros mas muito activo a F.... os trabalhadores contribuintes à força.
ResponderEliminarO que dava mesmo jeito era a Alemanha sair do Euro.Depois arrumava-se a casa.
ResponderEliminarAqui é tudo anónimo?
ResponderEliminarTanto quanto os investidores, as sociedades offshores...
Quanto à greve, é uma acção inserida na agenda política de uns para contrariar a agenda política de outros.
O Fado do Ceguinho a pedir esmola merece inteiramente ser Património da Humanidade.À pala disso o ceguinho Costa já está a banhos em Bali.Ceguinhos mas de Olhão.
ResponderEliminarO Gaspareto Arrelvado assegura que o Estado Social-Socialista é um sucesso e a minha tia de 100 anos acabou de casar com um moçoilo de 18.
ResponderEliminarInvestigem o Relvas e os emprestimos que tambem ele fez ao BPN. Isto ainda vai dar festa boa
ResponderEliminarMany pundits and politicians blame the Tea Party for Standard & Poor’s recent downgrade of U.S. debt. Whether one agrees or disagrees with the policy prescriptions of the Tea Party, placing blame for the downgrade is clearly wrong.
ResponderEliminarWithout Tea Party intervention, Congress would have merely raised the debt ceiling with no spending re-straints or revenue enhancements as they have ten times since 2001. By insisting on spending cuts, the Tea Party simply made U.S. debt somewhat more attractive to investors and thwarted and even larger downgrade.
As a result of the economic downturn beginning in the final quarter of 2007, federal spending has grown by 30.0 percent while federal tax receipts have slumped by 5.4 percent thus leaving the nation with an annual budget deficit of $1.3 trillion for next fiscal year and a federal debt that is growing at an unsustainable pace. Cuts from the baseline in “discretionary” spending reached in the latest debt ceiling compromise will not put a dent in the problem.
To successfully reduce the debt burden of the federal government, we must as a society accept real cuts to larger non-discretionary spending programs such as Medicare and Social Security, allow the Bush tax cuts to expire for all workers at the end of 2012, not just the so-called wealthy (there are just too few affluent), and experience vastly higher economic growth. Short of these outcomes, more and more of the national income will be transferred to baby-boomers from younger workers who will be saddled with the mounting U.S. debt. Ernie Goss. http://www.empowernetwork.com/iphone/
http://privatehousesforsale.blogspot.com/
Pelo facto da Grã-Bretanha não ter aderido á moeda única já seria sinal para desconfiar....
ResponderEliminarA guerra E.U.A. versus Europa do Euro é bem patente e teria sido previsível para políticos atentos.
Agora também se pode desconfiar que dirigentes Europeus estejam ao serviço do "inimigo".
Carlos Sousa
Mais umas vítimas do Exilado em França, de nome Sócrates:
ResponderEliminarhttp://dinheirodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=30&id_news=171111
Beja: EDAB com salários e indemnizações em atraso
Três dos quatro funcionários da Empresa de Desenvolvimento do Aeroporto de Beja (EDAB), em liquidação, já saíram voluntariamente, mas ainda não receberam o último salário e as indeminizações, e o quarto não recebe deste outubro.
A EDAB, que já cumpriu a sua missão, a de construir o aeroporto de Beja, e deverá ser liquidada até final deste ano, «nunca teve receitas» e «não tem recursos financeiros» para pagar os salários e as indemnizações em atraso, explicou hoje à agência Lusa o presidente da empresa, José Queiroz.
O responsável disse que, como membro da comissão liquidatária da EDAB, já apresentou ao acionista maioritário da empresa, o Estado, uma proposta para «resolver o problema», mas «ainda aguarda uma resposta» e os funcionários estão sem receber os salários e as indeminizações.