De acordo com os dados do Ministério da Administração Interna, o PSD, liderado por Alberto João Jardim, ganhou as eleições de 10 de Outubro de 2011, na Madeira, com 48,56% dos votos e 25 deputados (o Parlamento Regional tem 47 deputados). A oposição (CDS, PS, PTP, PCP-PEV, PND, PAN, MPT e Bloco de Esquerda) ficou acima, com 48,78% e 22 deputados; e ainda houve 0,74% de votos brancos e 1,91% de nulos.
Na oposição deve destacar-se a extraordinária subida de 5,34% para 17,63% (mais 18.462 votos), do CDS do popular ex-locutor José Manuel Rodrigues que, mal eleito, informou suspender o seu mandato regional e manter-se como deputado em Lisboa!
Os votantes subiram de 140.721 (nas eleições de 2007) para 147.344 nestas eleições de 2011, mas a abstenção registada cresceu de 39,48% para 42,55%, pois os eleitores também subiram nestes quatro anos de 232.502 para 256.483 (10,3%) . Tal como no continente, os cadernos eleitorais da Madeira também precisam aí de uma limpeza, e provavelmente também os dos Açores. Tem o Governo a responsabilidade de promover essa actualização eleitoral.
Alberto João Jardim obteve a 45.ª vitória eleitoral sucessiva em 33 anos de poder, ainda que a questão do buraco das contas, levantada nas vésperas da eleição pelo Governo Passos Coelho, lhe tenha debilitado o score. Singularizado como bode expiatório, nos anos socialistas de fartura, do despesismo e omissão do registo dos encargos assumidos, enquanto ao PS se perdoa a auditoria das contas e a responsabilização judicial, Alberto João Jardim sobreviveu. A auditoria das contas (e rápida) e a responsabilização judicial devem ser imediatas e para todos, sem critérios de oportunidade e excepções comprometidas.
Passos jogou e perdeu - e como um especialista da CIA disse em tempos, a propósito do ataque de Clinton a ben Laden, em Agosto de 1998, não se pode atacar um rei e falhar... Avizinha-se um confronto duro entre o líder de uma região muito endividada e o chefe de Governo, apertado pela União Europeia e pelo FMI, que não parece ter-lhe perdoado o desprezo do XXXII Congresso do PSD, em 13-3-2010. No continente, já não há paciência para a reivindicação autonomista, mesmo que Alberto João reclame, com razão, do tratamento discriminatório face aos Açores a que foi sujeito por Sócrates e que o poder de Lisboa deve corrigir. Abandonado pelo PSD institucional, Jardim ficou isolado no continente e mais apertado em casa. Mas, mesmo com 68 anos e problemas cardíacos, é provável que Jardim se mantenha até ao fim possível, apesar dos conselhos unânimes para que deixe o poder - ao contrário de Carlos César que, temendo uma derrota feia nas eleições regionais de 2012, já nomeou (em 8-10-2011) um sucessor e se prepara para seguir os passos de Mota Amaral. Jardim resistiu sempre às tentativas de controlo continental e continuou a estender a obra, os benefícios sociais... e a dívida. Recebeu menos 18.783 votos do que em 2007 (menos 20,8%): precisa agora de toda a sua habilidade, e eventualmente de uma pacificação mútua com o CDS, para inverter a tendência. Mas não é o fim do jardinismo, pois creio que admitisse continuar a governar mesmo que não tivesse maioria absoluta e não parece possível uma salada russa do CDS ao PC.
O escrutínio das contas passadas e a responsabilização devem ser os mesmos para todo o País. Vamos ver se o poder cumpre no continente o que justamente fez na Madeira. É que a desculpa esfumou-se depois deste exemplo.
Actualização: este poste foi emendado às 20:23 de 10-10-2011.
Na oposição deve destacar-se a extraordinária subida de 5,34% para 17,63% (mais 18.462 votos), do CDS do popular ex-locutor José Manuel Rodrigues que, mal eleito, informou suspender o seu mandato regional e manter-se como deputado em Lisboa!
Os votantes subiram de 140.721 (nas eleições de 2007) para 147.344 nestas eleições de 2011, mas a abstenção registada cresceu de 39,48% para 42,55%, pois os eleitores também subiram nestes quatro anos de 232.502 para 256.483 (10,3%) . Tal como no continente, os cadernos eleitorais da Madeira também precisam aí de uma limpeza, e provavelmente também os dos Açores. Tem o Governo a responsabilidade de promover essa actualização eleitoral.
Alberto João Jardim obteve a 45.ª vitória eleitoral sucessiva em 33 anos de poder, ainda que a questão do buraco das contas, levantada nas vésperas da eleição pelo Governo Passos Coelho, lhe tenha debilitado o score. Singularizado como bode expiatório, nos anos socialistas de fartura, do despesismo e omissão do registo dos encargos assumidos, enquanto ao PS se perdoa a auditoria das contas e a responsabilização judicial, Alberto João Jardim sobreviveu. A auditoria das contas (e rápida) e a responsabilização judicial devem ser imediatas e para todos, sem critérios de oportunidade e excepções comprometidas.
Passos jogou e perdeu - e como um especialista da CIA disse em tempos, a propósito do ataque de Clinton a ben Laden, em Agosto de 1998, não se pode atacar um rei e falhar... Avizinha-se um confronto duro entre o líder de uma região muito endividada e o chefe de Governo, apertado pela União Europeia e pelo FMI, que não parece ter-lhe perdoado o desprezo do XXXII Congresso do PSD, em 13-3-2010. No continente, já não há paciência para a reivindicação autonomista, mesmo que Alberto João reclame, com razão, do tratamento discriminatório face aos Açores a que foi sujeito por Sócrates e que o poder de Lisboa deve corrigir. Abandonado pelo PSD institucional, Jardim ficou isolado no continente e mais apertado em casa. Mas, mesmo com 68 anos e problemas cardíacos, é provável que Jardim se mantenha até ao fim possível, apesar dos conselhos unânimes para que deixe o poder - ao contrário de Carlos César que, temendo uma derrota feia nas eleições regionais de 2012, já nomeou (em 8-10-2011) um sucessor e se prepara para seguir os passos de Mota Amaral. Jardim resistiu sempre às tentativas de controlo continental e continuou a estender a obra, os benefícios sociais... e a dívida. Recebeu menos 18.783 votos do que em 2007 (menos 20,8%): precisa agora de toda a sua habilidade, e eventualmente de uma pacificação mútua com o CDS, para inverter a tendência. Mas não é o fim do jardinismo, pois creio que admitisse continuar a governar mesmo que não tivesse maioria absoluta e não parece possível uma salada russa do CDS ao PC.
O escrutínio das contas passadas e a responsabilização devem ser os mesmos para todo o País. Vamos ver se o poder cumpre no continente o que justamente fez na Madeira. É que a desculpa esfumou-se depois deste exemplo.
Actualização: este poste foi emendado às 20:23 de 10-10-2011.
Mais de 67 mil beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI) têm património mobiliário como acções, depósitos ou contas-poupança.
ResponderEliminarEm causa estão 29% dos beneficiários de RSI que também têm outros rendimentos e 18% do total de pessoas que recebem esta prestação.
O património mobiliário consiste, por exemplo, em acções, depósitos a prazo, contas-poupança ou outros. O relatório do primeiro semestre da Comissão Nacional do Rendimento Social de Inserção - que será brevemente extinta, o que já provocou críticas à CGTP - indica que este é o rendimento com maior peso no grupo de pessoas que recebem RSI e que também contam com outras fontes de receita.
Contas feitas, em Junho existiam 372.632 beneficiários de RSI (3,6% da população residente). Destes, 42% tinha outros rendimentos (158.309) e, deste grupo, cerca de 67 mil pessoas contavam com património mobiliário. Seguem-se os rendimentos provenientes de habitação (18%) e salários (16%). No período homólogo, eram precisamente este último grupo - os rendimentos de trabalho - que assumiam a liderança. Menor peso têm os beneficiários de RSI que também recebem outras prestações como complemento solidário para idosos, subsídio de doença ou de parentalidade (pouco mais de mil pessoas). Cerca de 2,4% também recebe subsídio de desemprego, valor inferior ao do ano passado.
http://economico.sapo.pt/noticias/cerca-de-18-dos-beneficiarios-de-rsi-tem-dinheiro-no-banco_128630.html
Passos não tinha outra hipótese do que um ostracismo leve. Se não o fizesse, os credores de Portugal (que são agora claramente quem manda no país) não gostariam.
ResponderEliminarNo Wall Street Journal comparou-se esta semana a Madeira à Grécia, quanto à maquilhagem das contas.
«Em 2012, Portugal terá de fazer um ajustamento brutal da sua economia e a troika irá destapar novos buracos nas parcerias público-privadas, nos municípios, nas empresas municipais, nas fundações, institutos e até nos Açores», adianta ao SOL Tiago Caiado Guerreiro.
ResponderEliminar@ 21:57
ResponderEliminarSr. Anónimo
ISTO é a "democracia", tão desejada pelos Portugueses, a funcionar!
Lá para meados do próximo ano já vai ouvir clamar em voz alta pelo Doutor Salazar.
Pobre dele que já morreu, e morreu pobre!
Passos protege Sócrates como pode e apunhalou Jardim pelas costas, tal como apunhala os Portugueses que ingénuamente votaram nele.O Bloco Central oculto Passos-Sócrates está a acabar de destruir Portugal.O que é que Roma faz aos traidores?
ResponderEliminarJardim venceu contra tudo e todos incluindo os traidores do seu próprio partido.Esperemos que a sua vingança seja terrível.
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