segunda-feira, 23 de maio de 2011

Racismo cor-de-rosa



É inadmissível o insulto racista do presidente da Federação Socialista do Baixo Alentejo, deputado e cabeça de lista do PS por Beja, Luís António Pita Ameixa, em 19-5-2011, perante José Sócrates, referindo-se a Pedro Passos Coelho: «Esse africanista de Massamá tem de demonstrar amanhã se tem unhas para tocar a guitarra do País ou se não as tem, como no fundo já provou». Segundo a revista Sábado, o discurso de Pita Ameixa foi aplaudido por José Sócrates.

Sócrates aplaudiu (!!) e não desautorizou esse discurso de ódio racista no próprio almoço-comício, como deveria ter feito, nem depois. Parece que, afinal, quem demontra ter unhas é Pedro Passos Coelho. Não chega dizer como Vieira da Silva no dia seguinte, para tentar conter o prejuízo: «Ontem, num comício partidário no âmbito da campanha eleitoral, um dirigente do PS no distrito de Beja referiu-se ao líder do PSD de uma forma que, considerando nós que não tenha sido ofensiva, foi no entanto uma forma infeliz». A forma não foi ofensiva?!... O PS tem de assumir a gravidade do que o seu dirigente Pita Ameixa disse e o seu líder, José Sócrates -  que insisto estava presente no comício e a imprensa disse que aplaudiu o discurso do dirigente e deputado socialista - deve pedir desculpa pessoal e publicamente pelo facto.

Pita Ameixa não ofendeu pessoalmente apenas a mulher de Pedro Passos Coelho e o próprio Pedro Passos Coelho. Ofendeu os portugueses de origem africana e todos os imigrantes africanos em Portugal e, no fundo, todo o povo português que está profundamente ligado a África, desde 1415, pois como o Dr. Fernando Nobre disse, em 21-5-2011, «todos os portugueses são africanistas de Massamá». A mulher de Passos Coelho, Laura Ferreira, e mãe da sua filha mais nova, Júlia, nasceu em Bissau e viveu, depois, no Mindelo; e o próprio Passos Coelho viveu dos cinco aos dez anos de idade, na cidade de Silva Porto, actual Kuito, em Angola. Portanto, foi com o orgulho justificado que, num encontro com imigrantes africanos, na Amadora, em 15-5-2011, Pedro Passos Coelho disse «casei com África», que a sua filha mais pequena tinha uma «costela africana» e que era «o mais africano de todos os candidatos ao Parlamento».

Em duas palavras, o dirigente socialista ofendeu os africanos e a população dos subúrbios, cuja cor de pele e local de residência são tão dignos como quaisquer outros. Do alto da sua pseudo-superioridade rácica cor-de-rosa, Pita Ameixa, com a palavra «africanista», aponta Passos Coelho como «o preto», casado com «uma negra» e pai de «uma negrinha». E quando usa, com menosprezo, a palavra «Massamá», local de residência do casal Passos Coelho, atinge como pseudo-inferior o líder do PSD, que mora, segundo sei, num prédio vulgar deste bairro suburbano da Amadora - em vez da Lapa ou do Parque das Nações, em Lisboa. O facto de Passos viver na inclusiva e popular Massamá, e não num exclusivo e fino prédio de Lisboa, tem sido abertamente gozado pela corporação pê-éssica, num preconceito neo-burguês, típico dos arrogantes socialistas europeus, que se consideram superiores aos ignorantes e pobres da direita; e só a vergonha tinha evitado, até agora, que a mulher, Laura, e da filha, Júlia, fossem publicamente insultadas por causa da sua cor e Pedro Passos Coelho por motivo da velha turbatio sanguinis. É preciso contrariar este preconceito perigoso: o sangue não turva e a origem não enlameia.

Tenho salientado que é um azar que o princípio da igualdade esteja no artigo 13.º da Constituição da República Portuguesa (CRP). O poder socialista despreza esse princípio, pois pratica a superioridade dos socialistas perante a lei. Mas esse artigo 13.º da CRP exista e devia mandar:
«1. Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei.

2. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica ou condição social.»


A dignidade do homem está precisamente na sua origem - humana! - e naquilo que faz. Diminuir essa dignidade no outro, por causa da pele e da origem, é mais uma prova da arrogância do poder socialista. É também contra o autoritarismo socialista que votamos em 5 de Junho de 2011. É hora de firmarmos: eu também sou africanista e de Massamá.


Pós-Texto (16:23 de 23-5-2011): A exploração de imigrantes africanos e asiáticos para os usar, mediante uma bucha, como figurantes dos comícios socialistas, como foi exposto na reportagem de Filipe Mendonça, na TVI, de 22-5-2011, é também uma forma desumana de desconsideração.


* Imagem picada daqui.


* Actualização: este poste foi actualizado às 16:00 e 16:23 de 23-5-2011.

6 comentários:

  1. Quem se assumiu como africanista foi Passos Coelho.
    Qualquer semelhança com o outro Coelho é pura ilusão, não têm nada a ver um com o outro.Só dizem disparates e são ambos de direita e pertenceram às jotas

    ResponderEliminar
  2. Parece que a resposta ao repto foi bem dada e alguém meteu a ameixa na pita.

    ResponderEliminar
  3. Cuidado com uma eventual fraude eleitoral.

    9,4 milhões de eleitores numa população de 10,5 milhões?

    Como? Então e os menores de 18 anos? E os imigrantes?

    Há apenas 1,1 milhões de jovens com idade de não votar (menos de 18 anos) e de imigrantes, que não podem votar?


    Ou é mais uma campanha de fraude?

    http://economico.sapo.pt/noticias/mais-de-96-milhoes-de-pessoas-podem-votar-a-5-de-junho_118763.html

    Um total de 9.626.305 cidadãos estão inscritos para votar nas eleições legislativas antecipadas de 5 de Junho.

    Segundo dados oficiais da Direcção Geral da Administração Interna (DGAI, no território nacional estão inscritos 9.431.197 eleitores, aos quais se somam 195.108 inscritos pelos círculos da Europa e Fora da Europa.

    Para as eleições presidenciais de 23 de Janeiro estavam inscritos 9.656.476 eleitores.

    "A diferença entre os dois valores totais de inscritos justifica-se pela diferença entre os dois universos eleitorais abrangidos (relativamente aos cidadãos nacionais residentes no estrangeiro, as condições para o direito de voto são diferentes nas duas eleições) e com a actualização permanente e automática do recenseamento eleitoral", explica a DGAI.

    Por outro lado, nos inscritos dos círculos da Europa e Fora da Europa não foram incluídos 41.083 inscritos que apresentam devolução por duas vezes consecutivas dos sobrescritos contendo os boletins de voto

    ResponderEliminar
  4. O presidente do PS diz que, se Paulo Portas e Passos Coelho se recusarem a fazer parte de um Governo liderado por Sócrates a seguir às eleições, serão "varridos" pelos próprios militantes dos seus partidos.

    Almeida Santos assumiu esta posição em declarações à agência Lusa, depois de ter estado presente num almoço comício do PS na Guarda e de ser confrontado com o cenário de os líderes do PSD e do CDS se recusarem a fazer parte de um Governo outra vez chefiado por José Sócrates.

    "Penso que o que eles [Pedro Passos Coelho e Paulo Portas] dizem agora não é válido para pós eleições, porque depois das eleições quem se recusar a fazer uma coligação que seja do interesse nacional para termos um Governo maioritário é varrido no dia seguinte pelo próprio partido", respondeu Almeida Santos.

    Neste ponto, o presidente dos socialistas deixou um aviso ao líder social-democrata por afirmar de forma definitiva que se recusa a fazer parte de um executivo com Sócrates.

    "Dos dois [Passos Coelho e Paulo Portas], se um só quiser fazer uma coligação com o PS num Governo maioritário, estou convencido que é essa coligação que vai existir. Se Pedro Passos Coelho perder as eleições, se continuar a insistir nas suas posições contra José Sócrates e se for necessário um Governo de coligação nacional entre PS e PSD, provavelmente, quem vai ser sacrificado é Passos Coelho e não a coligação, porque o interesse nacional é tão forte e tão grande que acabará por se sobrepor a todas as posições partidárias", sustentou.

    Em relação às diferenças nas campanhas do PSD e do CDS, Almeida Santos considerou que Paulo Portas "está a ser mais afirmativo".

    "Neste momento, o CDS tem um líder mais afirmativo do que o PSD. Mas não levo a bem nem a Passos Coelho nem a Paulo Portas que se tenham esquecido que existiu uma crise internacional e que essa crise não foi o Sócrates quem a criou", disse.

    http://economico.sapo.pt/noticias/passos-e-portas-serao-varridos-caso-bloqueiem-novo-governo-liderado-por-socrates_118772.html

    ResponderEliminar
  5. Os 22 países com maior probabilidade de falirem:

    1. Grécia.
    2. Venezuela.
    3. Portugal.
    4. Irlanda.
    5. Argentina.

    http://www.businessinsider.com/countries-most-likely-to-default-2011-5#3-portugal-19

    ResponderEliminar
  6. O VARREDOR DO PS SEGUIU O CONSELHO DO JERÓNIMO. DURANTE O ALMOÇO TANTO FOI BRANCO COMO TINTO.HABITUADO A MANDAR EM TUDO E TODOS NA SOMBRA E EMPOCHAR OS GANHOS DAÍ DECORRENTES DECRETOU APÓS O REPASTO O QUE FARIAM OS MILITANTES DO PS E CDS SE PASSOS E PORTAS TIVESSEM A OUSADIA DE NÃO SE CULIGAREM COM O SUPREMO LÍDER.ESQUECEU-SE SOB EFEITO DO ÁLCOOL QUE PELO CONTRÁRIO PORTAS E PASSOS SERIAM VARRIDOS SE O FIZESSEM E É O GRANDE TIMONEIRO PELO CONTRÁRIO QUE JÁ SE ESTÁ A AFUNDAR.QUANDO É QUE ESTA MOSCA VAREJEIRA MORIBUNDA E ETILIZADA É VARRIDA PARA A LIXEIRA DA COVA DA BEIRA?

    ResponderEliminar

Os comentários são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. Serão eliminados os comentários injuriosos detetados ou que me sejam comunicados.