«That's the world, that's politics. That's how it works. It starts out with big promises and ends up with jackshit happening. But like the man said: "If voting changed anything, they'd make it illegal.»
Jane Bodine (Sandra Bullock) in.
Green, David Gordon (realizador), e Straughan, Peter (argumento).(2015).
Our brand is crisis
O alheamento das novas gerações face à política tem como motivo principal a inconsequência do voto. A justificação de que os mais jovens não votam por idiossincracia egoísta e preguiçosa das suas coortes e por causa do sustento garantido pelos pais, que continua para lá do momento em que encontram um emprego geralmente mal pago, é uma ilusão autocomplacente dos políticos da corte.
O poder político foi capturado pela bancocracia - corrupção politico-bancária - que é consentida pelo povo carente de subsídios do Estado. Conhecendo a atividade deficitária do Estado, o povo conforma-se com o diktat bancário porque este financia subsídios, salários e pensões - para além da segurança, da saúde e educação, que já foram gratuitas (5.750 euros é quando custam as propinas do 1.º ano do mestrado em Gestão no público ICSTE!...).
Essa subserviência é também aceite, em Portugal, por este executivo do PS, sujeito ao acordo separado com as lideranças do Bloco e do PC, num novo paradigma a estudar pela ciência política, a que podemos chamar um Governo Telefónico: as decisões não são tomadas em conselho de ministros, mas através de consultas telefónicas de interlocutores do PS (Vieira da Silva e afins) com os seus parceiros do Bloco e do PC. Processos de decisão inconstitucionais, opacos, secretos e furtivos, que todavia, têm beneficiado da cumplicidade mediática e do sigilo comprometido da oposição bipartida.
O poder político foi capturado pela bancocracia - corrupção politico-bancária - que é consentida pelo povo carente de subsídios do Estado. Conhecendo a atividade deficitária do Estado, o povo conforma-se com o diktat bancário porque este financia subsídios, salários e pensões - para além da segurança, da saúde e educação, que já foram gratuitas (5.750 euros é quando custam as propinas do 1.º ano do mestrado em Gestão no público ICSTE!...).
Essa subserviência é também aceite, em Portugal, por este executivo do PS, sujeito ao acordo separado com as lideranças do Bloco e do PC, num novo paradigma a estudar pela ciência política, a que podemos chamar um Governo Telefónico: as decisões não são tomadas em conselho de ministros, mas através de consultas telefónicas de interlocutores do PS (Vieira da Silva e afins) com os seus parceiros do Bloco e do PC. Processos de decisão inconstitucionais, opacos, secretos e furtivos, que todavia, têm beneficiado da cumplicidade mediática e do sigilo comprometido da oposição bipartida.
Como tenho realçado, a submissão do Estado ao diktat político-bancária não radica na ideologia nem na ciência económica. Não assenta na ideologia porque a direita conservadora ou a liberal sempre desconfiou dos bancos e a esquerda sempre os quis estatizados; e nem o socialismo atual, mais monetarista do que keynesiano o justifica. E não se fundamenta na ciência económica, a revisão da crise norte-americana de 1929 continua sem consenso: monetaristas alegam que foi a falta de liquidez que precipitou a crise enquando os austríacos insistem que foi o seu excesso. O helicopter money do quantitative easing parecer ter neutralizado as tensões económicas nos EUA e na Europa, face à produção asiática mais barata, mas as depreciações cambiais provocadas, primeiro no dólar e agora no euro, parecem ter tido maior efeito na economia.
A submissão do Estado ao dikat político-bancário baseia-se na corrupção: na troca de favores e rotação de agentes. Troca de favores com a injeção de dinheiro do Estado em bancos privados mediante troca de comissões e excedendo até o inside trading com a especulação bolsística, através de familiares, de amigos e de compinchas, propiciada por boatos oficiosos para gerar movimentos de pânico nos mercados ou efeitos de valorização de empresas premiadas com contratos. E rotação de agentes com a circulação de políticos, técnicos e gestores, entre a política e os bancos: quando no poder os agentes favorecem os bancos e quando deixam o executivo são recompensados com tachos faustosos para pagamento desses favores que prestaram em prejuízo volumoso do erário público.
O povo parece demasiado viciado no conforto para decidir o sacrifício de se libertar da dívida - mesmo que esse conforto seja decrescente, como é agora. Parece... Um vício só é quebrado pela abstinência, não pela redução de uso.
Não pode ser consentido o desvio de dinheiro do Estado para o socorro de bancos privados falidos pela avidez de administradores impunes por legislação protetora - 450 milhões de euros no BPP, mais 8,3 mil milhões no BPN, mais 9 mil milhões de euros no BES (só em 2015), mais 3 mil milhões no Banif, mais 90 milhões no Efisa. Nem a vigarice da entrada no capital do empreendimento de luxo de Vale do Lobo e empréstimo (de 200 milhões?) para a ilha artificial Nautilus, que o conselho de administração (todo?) aprovou, ou a irresponsabilização dos seus administradores nas aventuras em Espanha (Banco Simeón, Luso Espanhol e Banco de Extremadura).
Socorro financeiro de milhares de milhões de euros, decididos do dia para a noite, nas costas do povo, sob a alegação de urgência, sem que o Parlamento de pronuncie, e que descapitaliza o Estado e aumenta a carga fiscal, provocando a morte dos empresários que não conseguem solver dívidas e se penduram, dos velhos que falecem porque não têm dinheiro para aviar medicamentos, dos doentes que não são operados a tempo, a fome de crianças, ou o abandono de universidades por jovens. Quando os caçadores de taxas de juro mais altas, que saltitam para bancos de maior risco, sabem o desafio que jogam e, não devem ser financiados pelos demais.
Bancos falidos devem ser liquidados pelos tribunais, como as demais empresas, sem que o tesouro público assuma os seus prejuízos, como não recebeu os seus lucros no tempos áureos.
O desvario da corrupção só não é maior porque a União Europeia impõe a sua tutela sobre o orçamento do país. Mas essa tutela externa ainda alheia mais os jovens adultos que percebem que a decisão política não depende do seu voto mas do Conselho Europeu, da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu (que aperta o Governo com a compra de mais ou menos obrigações portuguesas e deixa, ou não, subir as taxas de juro do país). Na União Europeia, o poder de Portugal está mais próximo de 1,5% do PIB da União do que dos 3,6 % dos votos (a UE tem agora 28 Estados), dos 2,1% do território e dos 2% da população. A circunstância do País ser melhor governado pelos estrangeiros, a partir de Frankfurt e Bruxelles, do que pelos nacionais, é ainda mais vergonhosa para nós.
Não é a fundação de um novo partido liberal que resolverá o imbroglio. O que pode resolver é continuar a luta de investigar e publicar, neste tempo de negro nublado, de guerra fria interna. Além da teimosia de ensinar e da coragem de tentar fazer. Sacrifício pelos outros. Dádiva. Manter a chama, apesar do vento e da escassez de parafina. Estar preparado. Mesmo sem saber se o nosso tempo de dirigir surge. Nem quando, nem se. Pronto!
Atualização: este poste foi atualizado às 8:02 de 15-2-2016.